Quinta-feira, 5 de Maio de 2011

"Os sinos dobravam"

                                  (foto tirada da net)

 

Hoje bateu-me uma saudade imensa do tempo em que eu ainda era criança. Daquele tempo em que com autorização dos progenitores, só se podia brincar na rua com as outras crianças (amigos) até ao toque das Santíssimas Trindades. Esse último toque, era o de os meninos recolherem para pedirem a benção aos seus pais e prepararem-se para o jantar. Por volta das sete horas da noite e por sinal, era um toque dos sinos com alguma ritmia melodiosa. Mas aquele; dos sinos grandes e pesados da torre, era o que mais se salientava e ecoava a quilómetros de longa distância.

Então o toque triste de tom pausado, badaladas certas e espaçadas, nunca o esqueci. Talvez pelo impacto de dor e consternação que causava nas pessoas de sentimentos e de boa fé.

 

 

 

 

        "Os sinos dobravam"

 

 

Vem-me à cabeça a lembrança

dos sinos tocando a rebate

quando eu era inocente,

são memórias de criança

ainda no meu peito bate

esse triste dobrar comovente.

 

E os sinos dobravam a finados

na torre da minha terra

quando alguém sucumbia,

eram pesados e bem afinados

faziam eco lá na serra

dando a notícia de quem morria.

 

O sacristão já tinha idade

e sem forças para os dobrar

de um a três toques pausados

homem, mulher, criança, era a realidade

tão bem ele os sabia executar

com seus braços já cansados.

 

E ainda entristecia mais

quando o defunto era querido

ou um importante fausto,

aqueles sons tristes e naturais

com um tom bem compreendido

dos sinos que dobravam lá no alto.

 

   ArtCar

 

 

(Poema de minha autoria, relembrando memória de criança)

 

 

publicado por Artur Cardoso às 20:59
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2 comentários:
De Conceição Cardoso a 10 de Maio de 2011 às 20:47
está muito bem primo :)
De Artur Cardoso a 10 de Maio de 2011 às 22:08
Ainda bem que gostas;
eram tempos da nossa meninice, quando o sacristão
tocava os sinos da torre.
Um beijo,
ArtCar

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