Domingo, 31 de Outubro de 2010

Outono

Eu, vejo a estação do Outono como que um quadro de magia, isto é... em minha modesta opinião.

Faz-me lembrar sobretudo a minha infância nos tempos de menino. Mormente naqueles dias tristes e melancólicos que me enchem de nostalgia.

Saltam-me à memoria tantas lembranças e recordações nesta época, "Outono".

 

Dedico este meu poema a todas as pessoas que se identificam com esta discrição.

 

 

 

 

Outono

 

As folhas das arvores soltam-se silenciosas

empurradas pelos ventos no ar

já sem vida caindo no chão,

é Outono... parece tudo destroçar

ferozmente em turbilhão.

 

 

Levantam-se trovoadas e tempestades

ventos de silvos tenebrosos

Outono... estação de imprudência

temporais agressivos e teimosos

que até ameaçam a nossa existência.

 

 

Tudo é tão perfeito e natural

há quem não goste, mas enfim

no ciclo do ano tudo é normal

e o Outono... é mesmo assim.

 

 

É Outono... quadro de magia

em minha modesta opinião

lembra-me saudoso a meninice,

nos dias tristes de nostalgia

não passou um que não sentisse

recordações, dos tempos que já lá vão.

 

 

 

poema de minha autoria escrito hoje de madrugada e publicado em 31 de Outubro de 2010

 

Artcar

publicado por Artur Cardoso às 15:44
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Bacalhau com presunto e feijão à ArtCar

Como um bom português que sou e de outra era, sempre ouvi dizer que o peixe não liga muito bem com a carne.

Desta vês o peixe é bacalhau e a carne é presunto. Como eu não considero o bacalhau um peixe e muito menos carne, direi que nem é carne nem é peixe. É, única e simplesmente bacalhau.

Resolvi então confeccionar este prato de bacalhau, feijão e carne.

Ora muito bem, não é que me saiu um verdadeiro manjar divinal.

Então vejamos:

 

 

 

 

ingredientes:

 

- bacalhau demolhado

- feijão vermelho, depois de cozido

- bom azeite

- 2 dentes de alho

- 2 malaguetas

- 1 raminho de salsa

- 1 folha de loureiro

- 2 tomates maduros

- 1 pitada de pimenta branca

- 1 pitada de colorau

- 1 pernada pequena de orégãos frescos

- tiras de presunto

- rodelas muito finas de chouriça de carne

- azeitonas pretas

 

 

modo de preparar:

 

Cobre-se o fundo do tacho com um bom azeite e misturam-se dois dentes de alho esmagados.

Migam-se as malaguetas, a salsa, a pernada de orégãos e os tomates maduros. Juntam-se uma folha de loureiro, uma pitada de pimenta branca e uma pitada de colorau.

Deixa-se levantar fervura durante dez minutos e mexe-se com a colher de pau. Em seguida junta-se o bacalhau cortado em fatias pequenas e sem espinhas e logo a seguir o feijão previamente cozido.

Envolve-se tudo muito bem e deixa-se apurar.

Deita-se numa travessa e enfeita-se com as tiras de presunto e as rodelas de chouriça, as azeitonas e um raminho de salsa.

 

 

recomendo cerveja muito fresca para acompanhar

 

para sobremesa, gelado de framboesa

 

 

receita de minha autoria, publicada em 31 de Outubro de 2010

 

ArtCar

 

publicado por Artur Cardoso às 14:47
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O relógio da minha sala

É a uma hora da madrugada, anunciada pelo relógio da minha sala. Acordei, dum só pulo saltei para fora da cama e fui para a sala de jantar.

Estava um pouco frio, mas convidativo a escrever algo que me viesse ao pensamento.

Olhei para o relógio de parede e a única coisa que mexia era apenas o pêndulo.  Então nasceu o seguinte poema:

 

 

 

 

O Relógio da minha sala

 

Ouço o tic-tac de cada segundo

logo em seguida o bater da hora

no relógio da minha sala.

Num instante e sem demora

dum salto, pulo da cama para fora

é uma hora da madrugada.

 

No silêncio da noite dou conta da existência

das coisas dispostas em seu lugar

só o pêndulo parece que me fala

do relógio da minha sala

chama a atenção da minha consciência

no tempo que passa sem parar.

 

Daqui a pouco nasce a aurora

e no relógio afável da minha sala

atarefado no bater das horas seguidas

tic-tac, tic-tac já está na hora

a natureza desperta e anuncia

lá fora, o nascer de mais um dia.

 

 

poema de minha autoria, escrito esta madrugada

 

ArtCar

 

publicado por Artur Cardoso às 13:50
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Domingo, 24 de Outubro de 2010

O uivo do lobo

Esta é uma história verdadeira, que me foi contada já alguns anos atrás, por um homem corajoso e destemido que conseguia enfrentar os perigos da noite em plena serra, alguem que sabia o que são os maus instintos dos lobos selvagens e famintos.

Nas serranias agrestes e de tão rara beleza natural, aonde uivam estas feras atrozes e predadoras que atacam os rebanhos, tudo aquilo que mexe e até seres humanos, a altas horas da noite e na surdina da madrugada.

Era uma noite gélida e de luar em pleno mês de Janeiro.

Neste meu poema tudo se traduz naquilo que é um arrepiante uivo de um lobo, na calada da noite.

 

 

               O uivo do lobo

 

Pela noite calada e fria...

descontraído, caminho pela estrada fora

sobre a geada intensa de inverno...

devagar, devagarinho e sem demora

um gélido vento que me arrepia

acaricia meu corpo trémulo.

 

De repente ouço uma entoada...

naquela noite de lua cheia e gelada

são uivos duma alcateia...

olho em redor e não vejo nada

apenas toda a natureza e a estrada

iluminadas pela lua cheia.

 

Apresso o passo num instante...

quando deparo um pouco mais adiante

com um enorme e corpulento lobo...

emitindo um uivo arrepiante

estremeço e fico ofegante

que de susto quase morro.

 

Tudo aquilo era estranho e medonho...

mas não era apenas um sonho

era sim a mais pura verdade...

com dentes afiados e passos lentos

que rasgam sem dó nem piedade

é um enorme lobo na realidade

que uiva aos quatro ventos.

 

 

 

poema de minha autoria, publicado em 24 de Outubro de 2010

 

    ArtCar

 

publicado por Artur Cardoso às 21:25
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Segunda-feira, 18 de Outubro de 2010

Carapaus fritos em escabeche

O tempo passa e por vezes vai-nos deixando certas marcar nas nossas memórias. Este simples e comum episódio, já de alguns anos atrás realça na minha memória.

Era um amigo, um verdadeiro apreciador de qualquer espécie de peixes.

Cozinhava como ninguém.

Pescador de profissão e um exímio confeccionador de pratos regionais, sobretudo aqueles ligados à sua arte.

Inventava o que já tinha sido inventado, dando-lhe sempre um certo toque inovador, mas, sempre para melhor. Nunca desistia das suas convicções e sobretudo das responsabilidades profissionais, das quais se orgulhava tanto. Partiu com noventa e um anos, um bonito rol cheio de peripécias e aventuras pela sua tão longa vivencia. Sempre alegre e cheio de genica, partilhava os seus momentos livres com aqueles que julgava serem seus amigos.

Foi então ele que me ensinou a apreciar e a saborear os tão famosos carapaus fritos em escabeche.

"Depois de muito bem cozinhados, ainda são mais saborosos no segundo e terceiro dias".

Para quem seja apreciador de peixe, não deixo de dizer que é um autentico manjar dos deuses.

Bom... como terá que ser, não quero e não posso deixar de partilhar este delicioso pitéu "carapaus fritos em escabeche".

 

        

       ingredientes:

 

- 1 kg de carapaus de palmo

- 1/4 de óleo alimentar

- 1 cebola grande

- 2 dentes de alho

- 1 folha de loureiro

- 1 pitada de pimenta branca

- 1 pitada de colorau

- sal q.b.

- 1 copo pequeno de azeite

- 1 chávena de café bem cheia de vinagre de vinho tinto

 

       

       modo de preparar:

 

 Depois de amanhados e bem lavados, salgam-se e fritam-se em óleo.

Secam-se em toalhetes de cozinha por causa da gordura do óleo. Em seguida, dispõem-se numa travessa funda de barro.

Numa frigideira à parte, miga-se a cebola em rodelas muito fininhas e os alhos. Juntam-se: uma folha de loureiro, uma pitada de pimenta branca, uma pitada de colorau e rega-se tudo em seguida com um copo pequeno de bom azeite. Vai ao lume com temperatura média, mexendo de vez em quando. Quando a cebola estiver aloirada, desliga-se o fogão.

Depois de arrefecer, accionasse uma chávena bem cheia de um bom vinagre de vinho tinto.

Em seguida rega-se por cima dos carapaus toda a calda da frigideira.

 

Vão à mesa com batatas cozidas.

 

 

 

   ArtCar

 

 

 

 

publicado por Artur Cardoso às 21:46
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Sábado, 16 de Outubro de 2010

Ao mar

A beleza do mar e também da serra, é a causadora de muitas das minhas paixões.

Em minha modesta opinião, existem variadíssimas coisas em comum entre ambos.

Desta vez é do mar que vou falar, "O meu Mar".

Aquele que me está dentro das veias, aquele que escuta os meus segredos, o que tudo me oferece e nada me pede em troca.

No vai e vem das suas ondas, sonho acordado.

Na revolta dos seus ventos e chuvas tempestuosas, encaminho-me para outras inspirações, outros sonhos.

 

Este meu poema é dedicado "AO MAR", essa tão grande obra feita por Deus.

A sua imensa vastidão de tão rara beleza impar, que se perde no infinito.

 

 

 

                   Ao mar

 

Sinto no meu peito a brisa do mar

também o encanto da sua grandeza...

é tudo de tão grande beleza

que quando o vejo...

sinto o meu coração palpitar.

 

A paixão que tanto me faz sonhar

palavras, não chegam para o descrever...

é esta a razão do meu viver

de tão grande vastidão...

que é o mar.

 

É ele a verdadeira realeza

que tudo de seu...

nos dá gentilmente,

por vezes em cenário comovente

das tragédias causadas pela sua dureza.

 

Quando se zanga, realmente é severo...

tudo à costa devolve por não ser pobre,

é tão generoso e tão sincero,

só seus segredos...

ninguém os descobre.

 

As suas areias tão dignas de se ver...

são seu leito acetinado e mole...

e também... são lugar de lazer,

daqueles que desfrutam do seu sol.

 

É a causa da minha vivência

meu Mar... culpado dos sonhos meus,

se não fosse a sua verdadeira imponência

não existia essa grande imensidão de Deus.

 

 

poema de minha autoria, publicado em 16 de Outubro de 2010.-

 

 

    ArtCar

 

 

publicado por Artur Cardoso às 07:17
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Sábado, 9 de Outubro de 2010

Açorda de coentros - Marmelada de marmelos

Outono!.. o cheiro das castanhas assadas, o cair das folhas... começa o frio.

Por conseguinte, na horta há uma variadíssima quantidade de produtos frescos para confeccionar alguns pratos muito simples e saborosos, que tão bem se enquadram com a estação do ano que estamos a atravessar.

Alguns, até ajudam a combater o frio, como por exemplo: a açorda de coentros.

Ora então muito bem!.. e que tal uma boa açorda de Coentros? mas, já agora o tempo também se proporciona para fazer uma excelente marmelada e vem mesmo a calhar.

 

Sendo assim: vou começar com a marmelada que é para ir arrefecendo, enquanto preparo a açorda dos coentros.

 

 

              

                                                Marmelada

 

- 2 kgs de marmelos

- açucar branco (o equivalente ao peso da massa obtida dos marmelos)

 

Numa panela com um pouquinho de água, põe-se ao lume.

Descascam-se os marmelos, cortam-se aos pedaços e põem-se a cozer, depois de se lhes tirarem os caroços e as sementes.

Depois de cozidos, escorrem-se e passam-se pelo passador.

Para o mesmo peso de massa o mesmo peso de açúcar branco.

Leva-se o açúcar a ponto de fio de quebrar e deita-se a massa dos marmelos.

Tira-se do lume, mexe-se muito bem e põe-se de novo ao lume, até ficar com cor de mel, mexendo sempre para não pegar no fundo da panela.

 

Logo que esteja muito espessa deita-se a massa em tigelas de porcelana e deixa-se arrefecer.

 

 

                                        

                                          Açorda de coentros

 

 

- 1 ramo de coentros

- 2 dentes de alho

- 2 ovos

- 5 colheres de sopa de bom azeite

- uma pitada de colorau

- uma pitada de pimenta branca

- sal q.b.

- pão regional de trigo, centeio ou mistura

 

 

Deita-se água numa panela (pelo meio), cortam-se os dentes de alho ao meio depois de descascados, deita-se o azeite em seguida, uma pitada de colorau e outra de pimenta, sal q.b.

Deixa-se ferver até os alhos ficarem cozidos e em seguida juntam-se os ovos previamente batidos.

Migam-se os coentros e também se juntam,logo que levante fervura, deixam-se cozer durante dois minutos.

Desliga-se o fogão.

Numa terrina, miga-se o pão em fatias muito finas e acamadas.

Deita-se por cima toda a calda e serve-se muito quente.

 

 

 

sugestão: um bom copo de vinho tinto maduro a acompanhar, não faz mal nenhum.

 

 

       ArtCar

 

 

 

 

 

 

publicado por Artur Cardoso às 14:37
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