Eu, vejo a estação do Outono como que um quadro de magia, isto é... em minha modesta opinião.
Faz-me lembrar sobretudo a minha infância nos tempos de menino. Mormente naqueles dias tristes e melancólicos que me enchem de nostalgia.
Saltam-me à memoria tantas lembranças e recordações nesta época, "Outono".
Dedico este meu poema a todas as pessoas que se identificam com esta discrição.
Outono
As folhas das arvores soltam-se silenciosas
empurradas pelos ventos no ar
já sem vida caindo no chão,
é Outono... parece tudo destroçar
ferozmente em turbilhão.
Levantam-se trovoadas e tempestades
ventos de silvos tenebrosos
Outono... estação de imprudência
temporais agressivos e teimosos
que até ameaçam a nossa existência.
Tudo é tão perfeito e natural
há quem não goste, mas enfim
no ciclo do ano tudo é normal
e o Outono... é mesmo assim.
É Outono... quadro de magia
em minha modesta opinião
lembra-me saudoso a meninice,
nos dias tristes de nostalgia
não passou um que não sentisse
recordações, dos tempos que já lá vão.
poema de minha autoria escrito hoje de madrugada e publicado em 31 de Outubro de 2010
Artcar
Como um bom português que sou e de outra era, sempre ouvi dizer que o peixe não liga muito bem com a carne.
Desta vês o peixe é bacalhau e a carne é presunto. Como eu não considero o bacalhau um peixe e muito menos carne, direi que nem é carne nem é peixe. É, única e simplesmente bacalhau.
Resolvi então confeccionar este prato de bacalhau, feijão e carne.
Ora muito bem, não é que me saiu um verdadeiro manjar divinal.
Então vejamos:
ingredientes:
- bacalhau demolhado
- feijão vermelho, depois de cozido
- bom azeite
- 2 dentes de alho
- 2 malaguetas
- 1 raminho de salsa
- 1 folha de loureiro
- 2 tomates maduros
- 1 pitada de pimenta branca
- 1 pitada de colorau
- 1 pernada pequena de orégãos frescos
- tiras de presunto
- rodelas muito finas de chouriça de carne
- azeitonas pretas
modo de preparar:
Cobre-se o fundo do tacho com um bom azeite e misturam-se dois dentes de alho esmagados.
Migam-se as malaguetas, a salsa, a pernada de orégãos e os tomates maduros. Juntam-se uma folha de loureiro, uma pitada de pimenta branca e uma pitada de colorau.
Deixa-se levantar fervura durante dez minutos e mexe-se com a colher de pau. Em seguida junta-se o bacalhau cortado em fatias pequenas e sem espinhas e logo a seguir o feijão previamente cozido.
Envolve-se tudo muito bem e deixa-se apurar.
Deita-se numa travessa e enfeita-se com as tiras de presunto e as rodelas de chouriça, as azeitonas e um raminho de salsa.
recomendo cerveja muito fresca para acompanhar
para sobremesa, gelado de framboesa
receita de minha autoria, publicada em 31 de Outubro de 2010
ArtCar
É a uma hora da madrugada, anunciada pelo relógio da minha sala. Acordei, dum só pulo saltei para fora da cama e fui para a sala de jantar.
Estava um pouco frio, mas convidativo a escrever algo que me viesse ao pensamento.
Olhei para o relógio de parede e a única coisa que mexia era apenas o pêndulo. Então nasceu o seguinte poema:
O Relógio da minha sala
Ouço o tic-tac de cada segundo
logo em seguida o bater da hora
no relógio da minha sala.
Num instante e sem demora
dum salto, pulo da cama para fora
é uma hora da madrugada.
No silêncio da noite dou conta da existência
das coisas dispostas em seu lugar
só o pêndulo parece que me fala
do relógio da minha sala
chama a atenção da minha consciência
no tempo que passa sem parar.
Daqui a pouco nasce a aurora
e no relógio afável da minha sala
atarefado no bater das horas seguidas
tic-tac, tic-tac já está na hora
a natureza desperta e anuncia
lá fora, o nascer de mais um dia.
poema de minha autoria, escrito esta madrugada
ArtCar
Esta é uma história verdadeira, que me foi contada já alguns anos atrás, por um homem corajoso e destemido que conseguia enfrentar os perigos da noite em plena serra, alguem que sabia o que são os maus instintos dos lobos selvagens e famintos.
Nas serranias agrestes e de tão rara beleza natural, aonde uivam estas feras atrozes e predadoras que atacam os rebanhos, tudo aquilo que mexe e até seres humanos, a altas horas da noite e na surdina da madrugada.
Era uma noite gélida e de luar em pleno mês de Janeiro.
Neste meu poema tudo se traduz naquilo que é um arrepiante uivo de um lobo, na calada da noite.
O uivo do lobo
Pela noite calada e fria...
descontraído, caminho pela estrada fora
sobre a geada intensa de inverno...
devagar, devagarinho e sem demora
um gélido vento que me arrepia
acaricia meu corpo trémulo.
De repente ouço uma entoada...
naquela noite de lua cheia e gelada
são uivos duma alcateia...
olho em redor e não vejo nada
apenas toda a natureza e a estrada
iluminadas pela lua cheia.
Apresso o passo num instante...
quando deparo um pouco mais adiante
com um enorme e corpulento lobo...
emitindo um uivo arrepiante
estremeço e fico ofegante
que de susto quase morro.
Tudo aquilo era estranho e medonho...
mas não era apenas um sonho
era sim a mais pura verdade...
com dentes afiados e passos lentos
que rasgam sem dó nem piedade
é um enorme lobo na realidade
que uiva aos quatro ventos.
poema de minha autoria, publicado em 24 de Outubro de 2010
ArtCar
O tempo passa e por vezes vai-nos deixando certas marcar nas nossas memórias. Este simples e comum episódio, já de alguns anos atrás realça na minha memória.
Era um amigo, um verdadeiro apreciador de qualquer espécie de peixes.
Cozinhava como ninguém.
Pescador de profissão e um exímio confeccionador de pratos regionais, sobretudo aqueles ligados à sua arte.
Inventava o que já tinha sido inventado, dando-lhe sempre um certo toque inovador, mas, sempre para melhor. Nunca desistia das suas convicções e sobretudo das responsabilidades profissionais, das quais se orgulhava tanto. Partiu com noventa e um anos, um bonito rol cheio de peripécias e aventuras pela sua tão longa vivencia. Sempre alegre e cheio de genica, partilhava os seus momentos livres com aqueles que julgava serem seus amigos.
Foi então ele que me ensinou a apreciar e a saborear os tão famosos carapaus fritos em escabeche.
"Depois de muito bem cozinhados, ainda são mais saborosos no segundo e terceiro dias".
Para quem seja apreciador de peixe, não deixo de dizer que é um autentico manjar dos deuses.
Bom... como terá que ser, não quero e não posso deixar de partilhar este delicioso pitéu "carapaus fritos em escabeche".
ingredientes:
- 1 kg de carapaus de palmo
- 1/4 de óleo alimentar
- 1 cebola grande
- 2 dentes de alho
- 1 folha de loureiro
- 1 pitada de pimenta branca
- 1 pitada de colorau
- sal q.b.
- 1 copo pequeno de azeite
- 1 chávena de café bem cheia de vinagre de vinho tinto
modo de preparar:
Depois de amanhados e bem lavados, salgam-se e fritam-se em óleo.
Secam-se em toalhetes de cozinha por causa da gordura do óleo. Em seguida, dispõem-se numa travessa funda de barro.
Numa frigideira à parte, miga-se a cebola em rodelas muito fininhas e os alhos. Juntam-se: uma folha de loureiro, uma pitada de pimenta branca, uma pitada de colorau e rega-se tudo em seguida com um copo pequeno de bom azeite. Vai ao lume com temperatura média, mexendo de vez em quando. Quando a cebola estiver aloirada, desliga-se o fogão.
Depois de arrefecer, accionasse uma chávena bem cheia de um bom vinagre de vinho tinto.
Em seguida rega-se por cima dos carapaus toda a calda da frigideira.
Vão à mesa com batatas cozidas.
ArtCar
A beleza do mar e também da serra, é a causadora de muitas das minhas paixões.
Em minha modesta opinião, existem variadíssimas coisas em comum entre ambos.
Desta vez é do mar que vou falar, "O meu Mar".
Aquele que me está dentro das veias, aquele que escuta os meus segredos, o que tudo me oferece e nada me pede em troca.
No vai e vem das suas ondas, sonho acordado.
Na revolta dos seus ventos e chuvas tempestuosas, encaminho-me para outras inspirações, outros sonhos.
Este meu poema é dedicado "AO MAR", essa tão grande obra feita por Deus.
A sua imensa vastidão de tão rara beleza impar, que se perde no infinito.
Ao mar
Sinto no meu peito a brisa do mar
também o encanto da sua grandeza...
é tudo de tão grande beleza
que quando o vejo...
sinto o meu coração palpitar.
A paixão que tanto me faz sonhar
palavras, não chegam para o descrever...
é esta a razão do meu viver
de tão grande vastidão...
que é o mar.
É ele a verdadeira realeza
que tudo de seu...
nos dá gentilmente,
por vezes em cenário comovente
das tragédias causadas pela sua dureza.
Quando se zanga, realmente é severo...
tudo à costa devolve por não ser pobre,
é tão generoso e tão sincero,
só seus segredos...
ninguém os descobre.
As suas areias tão dignas de se ver...
são seu leito acetinado e mole...
e também... são lugar de lazer,
daqueles que desfrutam do seu sol.
É a causa da minha vivência
meu Mar... culpado dos sonhos meus,
se não fosse a sua verdadeira imponência
não existia essa grande imensidão de Deus.
poema de minha autoria, publicado em 16 de Outubro de 2010.-
ArtCar
Outono!.. o cheiro das castanhas assadas, o cair das folhas... começa o frio.
Por conseguinte, na horta há uma variadíssima quantidade de produtos frescos para confeccionar alguns pratos muito simples e saborosos, que tão bem se enquadram com a estação do ano que estamos a atravessar.
Alguns, até ajudam a combater o frio, como por exemplo: a açorda de coentros.
Ora então muito bem!.. e que tal uma boa açorda de Coentros? mas, já agora o tempo também se proporciona para fazer uma excelente marmelada e vem mesmo a calhar.
Sendo assim: vou começar com a marmelada que é para ir arrefecendo, enquanto preparo a açorda dos coentros.
Marmelada
- 2 kgs de marmelos
- açucar branco (o equivalente ao peso da massa obtida dos marmelos)
Numa panela com um pouquinho de água, põe-se ao lume.
Descascam-se os marmelos, cortam-se aos pedaços e põem-se a cozer, depois de se lhes tirarem os caroços e as sementes.
Depois de cozidos, escorrem-se e passam-se pelo passador.
Para o mesmo peso de massa o mesmo peso de açúcar branco.
Leva-se o açúcar a ponto de fio de quebrar e deita-se a massa dos marmelos.
Tira-se do lume, mexe-se muito bem e põe-se de novo ao lume, até ficar com cor de mel, mexendo sempre para não pegar no fundo da panela.
Logo que esteja muito espessa deita-se a massa em tigelas de porcelana e deixa-se arrefecer.
Açorda de coentros
- 1 ramo de coentros
- 2 dentes de alho
- 2 ovos
- 5 colheres de sopa de bom azeite
- uma pitada de colorau
- uma pitada de pimenta branca
- sal q.b.
- pão regional de trigo, centeio ou mistura
Deita-se água numa panela (pelo meio), cortam-se os dentes de alho ao meio depois de descascados, deita-se o azeite em seguida, uma pitada de colorau e outra de pimenta, sal q.b.
Deixa-se ferver até os alhos ficarem cozidos e em seguida juntam-se os ovos previamente batidos.
Migam-se os coentros e também se juntam,logo que levante fervura, deixam-se cozer durante dois minutos.
Desliga-se o fogão.
Numa terrina, miga-se o pão em fatias muito finas e acamadas.
Deita-se por cima toda a calda e serve-se muito quente.
sugestão: um bom copo de vinho tinto maduro a acompanhar, não faz mal nenhum.
ArtCar
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