"Velha sineta da capela"
Calou-se à muitos anos
a velha sineta da capela
de manhã! interrompia o sono,
através dos tempos insanos
não havia outra como ela
hoje! entregue ao abandono.
Anunciava a primeira missa
ao romper da madrugada
tocada pelo sacristão,
gente honrada e submissa
por ela era chamada
com a mão! a bater no coração.
A vida rolava assim
em tempos de servidão
ainda a brilhar o luar,
quantas tormentas enfim
para granjear o pão
cedo tinham que se levantar.
E a velha sineta à janela
durante o dia a tocar
intervalava de hora em hora,
para a missa na capela
até à hora de deitar
assim era! no tempo de outrora.
ArtCar
(Poema de minha autoria, que relembra tempos idos).
"Encruzilhada da vida"
Perdem-se jovens mortais
na encruzilhada da vida
em busca do seu pão,
descrentes nos percursos normais
tristes e de esperança perdida
com mágoas no coração.
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Ambicionam uma vida melhor
partem rumo ao desconhecido
faltam condições para viver,
sem carinho e sem amor
neste mundo remoto esquecido
terra que não lhes dá de comer.
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Ao encontro da luta pelo pão
ficam em amargura destroçada
procuram e perdem a vontade,
sufocam, apertasse-lhes o coração!
numa sociedade preocupada
com o aparato e a vaidade.
ArtCar
(Poema de minha autoria que dedico com todo o meu coração a todos os jovens que procuram uma vida melhor para viver).
"Tesouro".... Um amigo.
Vamos andando, meu amigo!..
a vida corre.... vai em beleza,
conta-me!.. fala comigo,
sou teu amigo de certeza.
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Se um amigo for verdadeiro
é um tesouro!.. um bem moral,
nas preocupações é o primeiro
e nos segredos é confidencial.
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Quando se perde um amigo
morre algo dentro de nós,
como quem fica sem abrigo
sentimo-nos perdidos e sós.
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Agora!.. o amanhã será vindouro,
um alguém, que está sempre contigo!..
verdadeiro e duradouro....
Tesouro!.. é um amigo.
ArtCar
(Poema de minha autoria dedicado a estes dois amigos).
(Estava eu tranquilamente a desfrutar dos primeiros raios de sol à beira mar.
Olhos fechados e rosto erguido na direcção do sol, estava a pensar na minha meninice; quando fui surpreendido por um amigo a tirar-me uma fotografia.
Contei-lhe num ápice em que pensava. Nasceu uma agradável conversa sobre as minhas origens e a razão de eu viver na minha mui nobre e invicta cidade do Porto.
"Autóctone"
Ser autóctone é ter vaidade
da terra que o viu nascer
por ela sentir alarde
também por ela morrer.
Sou autóctone nordestino
tradicionalista e cortês
quis assim o meu destino
sinto vaidade em ser português.
Orgulho-me de ser originário
dum pequeno burgo, terra distinta
agricultura, sector primário
Freixo de Espada à Cinta.
Saí de lá! era eu pequeno,
a toda a hora tenho saudade,
dela sou autóctone, feliz e sereno!
faz parte da minha mocidade.
Não renego o meu berço
que no coração transporto
dela! nunca me esqueço
mas a minha terra é o Porto.
A vida é cheia de contrariedade
dá-nos tormentas e guerra
gosto muito da minha cidade
Porto! minha amada terra.
És Invicta Cidade Nortenha
com tua grandeza e porte
autóctone o mar que te banha
não há! quem de ti não goste.
ArtCar
(Poema de minha autoria que humildemente dedico a todos aqueles que são oriundos de uma região ou terra e que se dedicam de alma e coração aquela onde vivem; que não sendo das suas origens, mas que a sente como a sua terra mãe).
"A Solidão Dos Meus Dias"
As recordações do passado
preenchem meus monótonos dias
que recalcam minhas lembranças,
meu corpo envelhecido e sulcado
rosto marcado de estrias
são tormentos de insegurança.
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No céu uma estrela cadente
numa imensidão temerosa
marca meu pobre destino,
num dia surpreendente
chega a minha hora ditosa
traçada pelo seu desígnio.
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Para a longa viagem
paz a um corpo moribundo
lágrimas sentidas de pesar,
na longa distância da estrada
ficam os prazeres do mundo
e eu! com as estrelas vou morar.
ArtCar
(Poema de minha autoria).
"Dedico este meu poema a todas as pessoas de avançada idade que vivem na solidão agarradas às suas lembranças do passado".
("Dia do Pai" - Esta é a minha modesta homenagem ao meu querido Pai, que já partiu quando eu era ainda muito jovem)
"Pai, apetece-me voar, sonhar!"
Apetece-me voar, sonhar!..
voar tão alto como o pensamento
contemplar as estrelas, sonhar, voar!..
alto, tão alto, como neste momento.
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Pai! és eterno, estás no Céu....
faltou-me, era eu pequenino
hoje, quantas saudades me deu!..
para voar, num sonho de menino.
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Hoje, o dia tem mais sabor!..
porque és sempre relembrado,
e voar, voar com mais amor!..
neste sentimento redobrado.
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Pai, Pai há só um!..
na força da razão e da realidade,
como ele, não à mais nenhum!..
quero sonhar, voar até à eternidade.
ArtCar
(Poema de minha autoria, muito sentido e escrito para este dia. Dedico-o a todos os pais do mundo.... Aos que já partiram e aos que estão entre nós).
"Mar Incerto"
Nasce o dia atrás da serra
regressam os barcos do mar
da difícil faina percorrida,
valentes homens de mar e terra
toda a noite a laborar
para ganharem a sua vida.
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Ei-los sovados pelo cansaço
atraca o barco à doca
para a venda do pescado,
despacham-no com desembaraço
atentos à sua troca
que a seguir vai para o mercado.
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Exaustos chegam a casa
para junto dos seus filhos
homens de coração aberto,
como gaivota que não se atrasa
voa lesta pelos trilhos
dum mar traiçoeiro e incerto.
ArtCar
(Poema de minha autoria dedicado aos valentes homens do mar).
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