"Vida Passageira"
Olhar distante e desinteressado
contas os dias desditoso
paras no tempo a cismar,
suspiras preocupado
com arfar ruidoso
é o fim que está a chegar.
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Os dias passam todos iguais
moram contigo as lembranças
sem direitos de cidadão,
olham-te como aos animais
desamparado e sem esperanças
vives no lugar da solidão.
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Por ventura é o teu lugar
na mansão da desventura
onde espera a hora derradeira,
já nada tens para dar
chega a morte que te procura
nesta vida passageira.
ArtCar
(Com todo o meu respeito e carinho que tenho pelos velhinhos!.. dedico este meu poema de minha autoria, principalmente a todos aqueles que são desprovidos de afectos e vivem entregues à sua infeliz sorte, por não terem ninguém que lhes dê atenção e amor).
"Sinto"
Sinto dentro do meu coração
a formosura da tua beleza
a brisa suave do vento
e as ondas do mar,
sinto o calor do verão
toda a natureza,
um suspiro e um lamento!
a força de te amar.
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Sinto o aroma das flores,
o hálito da tua boca!
o cheiro dos teus cabelos
e a frescura do teu peito,
teus sorrisos encantadores....
Sinto uma avidez louca
de beijar teus lábios belos
na maciez do teu leito.
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Sinto o teu coração palpitante
uma louca vontade de te amar
matar os meus desejos,
sinto-te perto de mim....
A tua voz meiga e sussurrante
a ternura de te abraçar,
saciar-me com teus beijos!
e ficar dentro de ti.
ArtCar
(Poema de minha autoria que dedico com toda a minha ternura ao amor, amor livre e verdadeiro!).
"Cotovia"
Canta alegre a cotovia
ao romper da madrugada
ainda molhada do relento,
enche o prado de alegria
parece acudir à chamada
da brisa fresca do vento.
Suas melodias em trinado
encantam toda a natureza
e tudo faz despertar,
o seu cantar afinado
entoa com tal beleza
alegres cantigas no ar.
É feliz e canta com vontade
no prado junto ao mar
faz tempo que a não ouvia,
já tinha tanta saudade
de a ouvir cantar
tão linda e jovial cotovia.
Pequena ave pardacenta
de inquietações permanentes
saltita de lado para lado,
instável e turbulenta
come insectos e sementes
é jóia preciosa do prado.
ArtCar
(Poema de minha autoria, que dedico carinhosamente às alegres cotovias livres e joviais na natureza.
"O Cemitério"
Sossegado cemitério mitificado
do máximo respeito profundo
onde jazem restos de humanidade,
nas suas entranhas silenciado
nada mais é fecundo
de seres e fertilidade.
Parasitas, vermes asquerosos
em túmulos, jazigos e campas
imundos do seu extracto,
repugnantes e misteriosos
alimentam-se das trampas
do nojento putrefato.
Causa receios o silêncio sepulcral
a quem lá o visita
em altas horas de desventuras,
quem lá mora a ninguém faz mal
repousam em paz infinita
fechados dentro de sepulturas.
Cheio de lautas refeições
de atrocidades fatais
de mortes determinadas,
também de más intensões
todos são mortos perpetuais
que habitam naquelas moradas.
ArtCar
(Poema de minha autoria que escrevi com o máximo e profundo respeito por quem já partiu para a eternidade).
"Histórias, Lendas e Aventuras"
Do fogo nascem labaredas
meus amores são segredos
a nobreza tem pergaminhos,
a vida tem atalhos e veredas
espinhos e degredos
etapas de longos caminhos.
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Da história rezam lendas
tradições e mitos
fabulosos contos de encantar,
polémicas, contendas!
tenebrosas e horrendas,
fantasias com espíritos
que fazem meditar.
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Aventuras, são acasos inesperados
façanhas de pasmar
ou peripécias a brincar,
são acontecimentos acreditados
histórias de fascinar
e factos consagrados.
ArtCar
(Poema de minha autoria).
(Como é do conhecimento comum, em certas povoações pequenas, localidades ou lugarejos ermos, nos dias de hoje ainda se contam velhas histórias e mitos do Arco da Velha.
Neste meu poema de minha autoria, quero apenas salientar que existem sim; registos de acontecimentos reais passados há muitos anos, provocados por malfeitores assassinos fantasiados das mais diversificadas histórias.
Espero não ferir susceptibilidades ou causar incómodo aos meus leitores ou a todos aqueles que fizerem o favor de o ler.
Pois, sobre "almas penadas que padecem errantes pelo mundo"; tudo se passa na cabeça de algumas pessoas fracas de espírito).
"Velho Mocho Agoireiro"
Chamam-lhe mocho agoireiro
ao velho homem sábio
que mora na encruzilhada,
vive num pobre pardieiro
conta histórias do seu alfarrábio
sentado na velha soleira coçada.
Contou-me que num certo dia
por lá andava uma alma
sozinha e triste a penar,
o velho mocho sabia
que por ali nenhuma alma padecia
ninguém via vivalma
naquele abandonado lugar.
Era um mito muito antigo
que contavam lá na aldeia
velhos anciãos manhosos,
diziam que era castigo
nas noites de lua cheia
para assustar os medrosos.
O velho homem sábio
desmente o falso mito
por ser falsa história,
aprendeu no alfarrábio
que mentir é delito
e de tal história não tem memória.
ArtCar
"Lua!.. inspiradora dos meus enredos"
Lua! parceira das estrelas
passeias a noite inteira
majestosa no meio delas,
pelo firmamento à tua roda
cintilam luzentes,
felizes e contentes
dançam sorridentes à sua moda.
E tu! musa do astro rei
pálida e misteriosa
suspiras apaixonada de emoções,
eu! emudecido até pasmei
reparo na mais branca rosa
entre infindas constelações,
Só tu! és deslumbrante e formosa.
Há noite! és guia dos meus pensamentos
magia dos meus sonhos
a ternura dos meus espantos,
por vezes trazes sofrimentos,
ais e lamentos,
outras; em devaneios risonhos
surpresas e encantos.
Lua! minha doce companheira
túmulo dos meus segredos
virtuosa; és só minha,
amiga e verdadeira,
fiel e hospitaleira;
és inspiradora dos meus enredos,
por seres mágica e mansinha.
ArtCar
(Poema de minha autoria, dedicado à minha doce companheira da noite e inspiração dos meus enredos".
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