"O Castigo do Pudor"
Menina prendada colegial
de boas famílias, linda donzela
respeitada por toda a gente,
com fino trato especial
cai um dia na esparrela
dum rapaz, incautamente.
É uma autêntica fada,
meiga e amorosa
todos olham para ela,
tão bela e delicada
como a rosa formosa
e brilhante como uma estrela.
A vaidade, de respeitável linhagem,
intocável ao seu pudor!
de tradicionalismos burgueses,
ELA, o espelho de sua imagem!
depois de fazer amor
dá à luz, aos nove meses.
O resultado, é bem claro!
tem o seu devido castigo
vai parar a um convento,
e ainda é mais amaro
mostrar o seu umbigo
na sela do seu aposento.
O senhor padre que é viril,
todos os dias reza missa!
não resiste a tanta beleza,
vezes, foram mais que mil,
e confissões com a freira noviça!
a menina prendada da nobreza.
Não seria tanta a mágoa
se o castigo fosse benevolente
de amor e compreensão,
não era tão grande a nódoa
amar é próprio de gente
que ama com paixão.
ArtCar
(Poema de minha autoria que dedico ao amor, amor saudável e livre de quem ama com paixão).
"Idade das ilusões...."
Felizes, falam baixinho,
risinhos, murmúrios ao ouvido!
embevecidos, de bonitas carinhas ao léu,
como dois passarinhos dentro do ninho
dão um beijinho apressado e tímido
envergonhados; ficam a olhar o céu.
Entreolham-se, curiosos a pensar
no beijo da felicidade!
que assinala o princípio do futuro,
fazem inúmeros planos para casar
apesar de terem tenra idade
e o amor ainda ser obscuro.
Começam os amuos de pouca dura,
a mágica dança das ilusões!
promessas e juras constantes,
perdem a nata da candura!
manifestam as suas desilusões
e repetem insensatos actos hesitantes.
Assim era em tempos idos,
foi assim.... E assim sempre será!
tal como o desabrochar duma flor,
os primeiros beijos nunca são esquecidos
o ciclo do namoro continuará
bem como a atracção viva do amor.
ArtCar
(Poema de minha autoria que dedico com amor e carinho para ti! só para ti....).
"Saudades"
Pelo cansaço e fatigado
do alegre trabalho custoso
o ceifeiro paciente,
horas a fio curvado
sente-se feliz e honroso
ao acabar finalmente.
Lembro-me como se fosse agora
era o período das cegadas
castigado pelo calor de verão,
à noite em tempos de outrora
na eira as espigas empilhadas
para se transformarem em pão.
Findava já a última hora
avançada pela madrugada
os carros de bois carregados,
que saudades imensas de outrora
das gentes que riam à gargalhada
francos, honrados; mas castigados.
As saudades nunca esmorecem
quando se lembra o passado
um passado feliz de infância,
tal como frutos que amadurecem
com amor tudo é lembrado
são frutos de grande importância.
ArtCar
(Poema de minha autoria carinhosamente dedicado às saudades de uma feliz infância).
"Cisne Monógamo"
Contemplas sentimental com amor
o branco cisne solitário
na fresca lagoa sombria,
pára o mundo em teu redor
olhas o cisne de soslaio
e afagas a água fria.
Ó, belo cisne monógamo!
tens coração meigo e distinto
exímio exemplo de cavalheiro,
virtuoso e autónomo
nobre Senhor do teu instinto
és afectuoso e verdadeiro.
Solitário e sem companheira
tristemente como quem chama
por ela naquele lugar,
fiel uma vida inteira
monógamo a uma só dama
apenas para acasalar.
Monogamia coisa rara
nos cisnes é comum e usual
entrelaçam! formam um coração,
quem os observa neles repara
que no acto do seu ritual
amam com paixão.
ArtCar
(Poema de minha autoria que dedico carinhosamente ao amor e fidelidade de quem ama com paixão).
"Lembranças da minha infância"
Qoaxam as rãs no lago
vislumbram nuvens claras
cantam rouxinóis na mata,
ideais do passado que eu trago
dos cantares das ceifeiras nas searas
da minha infância duma terra pacata.
A natureza de gentes de luta
do trabalho árduo da terra
tratada com amor e dedicação,
graças à sua conduta
o trabalho é a sua guerra
para granjearem o seu pão.
Brinquei ao pião e às escondidas
apanhei grilos no campo
subi às árvores com ninhos,
fiz asneiras divertidas
conheci a luz do pirilampo
tempos de infância passados
saudáveis brincadeiras de meninos.
Nadei no poço do ribeiro
comi fruta verde e madura
na horta do meu vizinho,
tempo feliz e passageiro
que é bom mas pouco dura
o tempo ido de rapazinho.
ArtCar
(Poema de minha autoria que dedico com todo o meu carinho a todas as pessoas que lembram com saudade a sua infância).
"És Água do Meu Ser"
Deixa a água correr
percorrer o seu ciclo de vida
que dá vida ao teu ser,
sem ela não podes viver
como eu sem ti minha Diva
para na minha vida vencer.
Deixa-me beber da fonte
na fonte que me dá prazer
o prazer de beber de ti,
como a água fresca do monte
nascente da fonte do poder
que tu me sacias a mim.
És a água do meu ser
meu manancial inesgotável
que refresca o meu coração,
vivo no desassossego de te perder
tal como és a água indispensável
ao amor da nossa relação.
És água refrescante do meu amor
a essência pura da minha existência
a origem da minha paixão,
aromática e fresca como uma flor
prioridade por excelência
és cárcere desta minha servidão.
ArtCar
(Poema de minha autoria para ti minha fresca água do meu ser).
"foto reproduzida de foto, de Aníbal Gonçalves"
"Os Mistérios do Cemitério"
Doze badaladas causam mistério,
quando se abre a porta!
a porta do cemitério.
Pia a coruja no cemitério,
entro; penso no meu critério!
e rezo por toda aquela gente morta.
Falam de medo com pavor
de quem ali baixou
nas entranhas em jazigos,
por boato ou rumor
sem respeito por quem findou
ter medo sim; mas dos vivos.
São símbolos do cemitério
as árvores da morte, o cipreste!
murmura a mãe natureza,
de tal silêncio surdo e sério
concerne à divindade celeste
e quem ali jaz; causa tristeza.
Há entrada da última morada
lugar onde jaz o eterno descanso
ergue-se uma cruz em sinal de respeito,
almas que já não precisam de nada
apenas um rosário impávido e manso
rezado com fé para o efeito.
ArtCar
(Poema de minha autoria que dedico com todo o meu respeito a todas as pessoas que partiram para a eternidade).
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