“Saudade de ver nevar”
Via cair do céu cinzento
bailavam com leveza no ar
alvos flocos de algodão,
deleitava o meu coração!
ao vê-la cair naquele momento
numa cena espectacular
era tão lindo ver nevar.
Tudo cobria de alvura
com um manto frio e leve
gélida da cor do linho,
caía com tanta ternura
com leveza a branca neve
suave e de mansinho.
Há muitos anos que a não vejo
quando caia de surpresa
era ainda rapazinho,
na terra que tanto almejo
caia branda e indefesa
no alvor do caminho.
Branca neve, seca e fria!
fofinha como algodão
que o sol derrete lentamente,
era assim que eu a sentia
na palma da minha mão
em tempos de antigamente.
Quem me dera a mim
de novo a menino voltar
quando na neve brincava,
tantas emoções que vivi
sob o meu atento olhar
nos dias em que nevava.
ArtCar
(Poema de minha autoria dedicado muito especialmente à neve e também à saudade que eu sinto de ver nevar).
“Lutemos por um mundo melhor”
Se a tua amizade por mim
for como a minha que tenho por ti
ambos damos as mãos a caminhar,
calcorreamos léguas sem fim
para conquistarmos o que eu vi
num sonho, o mundo a melhorar.
Vi este mundo risonho a florescer
o nosso futuro feliz a radiar
como o sorriso alegre duma criança,
em frente a caminhar sem temer
porque esse dia há-de chegar
se dermos as mãos com esperança.
Lutar até esgotar nossas energias
pontapear a inveja e os incapazes
ultrapassar a maldade e as manias,
derrubar monstros vorazes
que apenas são só capazes
de fúteis velhacarias.
Se tu quiseres, também eu quero!
dar o exemplo ao mundo inteiro
espalhar amor à nossa maneira,
melhor mundo; assim o espero
de bons exemplos e amor verdadeiro
por quem tem fé e boa craveira.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria, escrito e a pensar que todos nós (Humanidade), ainda vamos ser muito felizes ).
“A rua onde ela mora”
Ainda mora na rua onde eu morei
via sentada na varanda a ler
está bonita como quando a conheci,
ela tem companheiro; isso eu sei
apenas tive saudades de a ver
sinto ciúmes como quando com ela vivi.
Passaram os anos sem dar conta
e o amor por ela ainda prevalece
cá dentro do meu coração,
a idade não é que conta
o amor nunca envelhece
embora eu não tenha razão.
Perdia por um fraco devaneio meu
já mais será minha como outrora
estou arrependido de verdade,
fomos um do outro desde o liceu
morei com ela onde ela mora
hoje estou só e sem a sua amizade.
Bate o arrependimento no meu peito
tenho vontade de lhe falar
mas não posso; parece-me imoral,
é grande falta de respeito
intrometer-me no seu lar
e poderia ela levar-me a mal.
ArtCar
(Poema de minha autoria dedicado ao ciúme e ao amor).
“ Por compaixão”
Ergue bem alto a tua voz,
arremessa-a e faz-te ouvir!
aponta firme teu dedo em riste,
não deixes que este mundo feroz
teu orgulho possa ferir
com tanta maldade que existe.
Defende com garra a tua dignidade
luta pela essência do teu ser
pisa a vil serpente venenosa,
ignora a ostentação da vaidade
mata a invenção do maldizer
com a tua compaixão generosa.
Tem cuidado com o delinquente
dá de comer a quem tem fome
oferece a mão ao teu amigo,
sê-lhe fiel para sempre
e a quem morre de fome
dá-lhe pão porque é mendigo.
Grita alto aos ouvidos do vento
com orgulho da tua raça
nunca temas a incompreensão,
tal coragem dá-te alento
afasta o infortúnio da desgraça
por bondade de teu coração.
ArtCar
(Poema de minha autoria dedicado à generosidade das pessoas que por compaixão sabem entender com amor as incompreensões dos outros).
“Profunda Saudade”
Lembro-me dos que já partiram!
quem me dera volta-los a ver,
virem ver o que nunca viram
pelo atroz arrebate do morrer.
Tempos passados; tempos idos!
não voltam atrás nunca mais,
partiram os meus mais queridos;
meus queridos pais.
Foram os que me deram o ser
e me criaram com tanto amor,
queria para mim; volta-los a ter
pelo âmago do meu interior.
Partiram! sei que não fico à sua espera.
Em algum dia; ninguém cá voltou,
felizes dos que desceram à terra
resta apenas a saudade de quem ficou.
Esta saudade não tem limite,
onde mora um amor profundo!
tristeza, emoções e palpite
pelos que partiram deste mundo.
ArtCar
(Poema de minha autoria que dedico com profunda saudade aos meus queridos pais que já partiram faz muito tempo e a todos aqueles que já não se encontram entre nós).
“Meu sonho”
Sonhei que eu era um sol
brincava alegremente contigo
por entre as nuvens acinzentadas,
eras bonita como um girassol
lembrar-me muito bem não consigo
das nossas brincadeiras pegadas.
Espera! Lembro-me vagamente
que jogávamos ao esconde-esconde
e corrias feliz de nuvem em nuvem,
enérgica, graciosa e alegremente;
agarrei-te e não me lembro aonde
só sei que os sonhos me confundem.
Encontrei-te finalmente
naquela nuvem cinzenta e intensa
onde escondida estavas sentada,
olhas-te para mim tão sorridente
com uma tal alegria imensa
que ficaste deslumbrada.
Queria que o meu sonho fosse real
e tu seres o alegre e bonito girassol
a brincar mesmo comigo,
foi tão lindo este sonho natural
seres tu o girassol e eu o sol
e por fim! poder ficar contigo.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria, escrito com muito amor e carinho para todas as mulheres bonitas como o girassol).
“Mulher bela sem sensatez”
Cheira a alperce seu hálito morno
seus lábios vermelhos sabem a marmelada
e o cabelo sedoso ondulante a mexer,
é quentinho o lume do seu forno
ama a todos desde a madrugada
e deita-se na cama cansada ao anoitecer.
Apaga o fogo do desejo
com o aquecimento do seu ventre
calor de mulher sem prazer,
satisfaz com gosto num só beijo
sem amor como é evidente
e seu corpo ousa vender.
Foi de muitos por uma só vez
de tantos já foi também
amada na sua cama,
mulher bela sem sensatez
é tratada com desdém
por cair ridícula na lama.
Dizem que é como as pêgas
por com tantos homens alternar
mulher insensata e humilhada,
são piores as que andam cegas
transam para se saciar
e oferecem-se à descarada.
Então essas, ai das carenciadas
ovelhas ronhosas da sociedade
são a escumalha desclassificada,
valem mais as pêgas necessitadas
do que as da luxúria e banalidade
que se dizem muito honradas.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria dedicado ao amor livre sem tabus).
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