“BOM DIA”
Dizer bom dia à natureza
é o mesmo que gostar de alguém
é um delicado gesto de amor,
carinhoso, ternurento e de nobreza
um pequeno gesto que a vida tem
“bom dia”; é auréola de resplendor.
A natureza é a essência da vida
o âmago de qualquer ser
como dizer; bom dia minha mãe,
não é um bom dia de despedida
mas sim o de acontecer
quando se cumprimenta alguém.
Bom dia é cumprimento social
quando dito com o coração
é um gesto carinhoso de bem,
é duma beleza extraordinária tal
que é impossível dizer não
a quem nos cumprimenta porém.
Um bom dia tem impacto de grande efeito
tem a força do afecto por destreza
quando se cumprimenta por amor,
tal como o coração a cintilar no peito
quando bate com a força da nobreza
dum simples “bom dia” que sai do interior.
ArtCar
(Poema de minha autoria dedicado com muito carinho a toda a gente e à natureza, com o meu "BOM DIA").
“O Poeta e a Formiga”
Canta o poeta como a cigarra
canta, canta, que até espanta
dá poesia à formiga,
a formiga desinteressada
pela poesia não se encanta
porque não lhe enche a barriga.
Ó poeta, poeta! Poeta e sonhador
quanto tu escreves para te mereceres
e nem por isso és reconhecido,
escreves à vida, cantas ao amor
mas da formiga nada esperes
nada que não te seja merecido.
Quantos poetas são malfadados
ignorados pela formiga
ela enche a barriga primeiro,
escrevem lindos versos dedicados
à formiga que acarreta a espiga
para encher o seu celeiro.
ArtCar
(Poema de minha autoria dedicado com muito amor e carinho aos "Escritores e Poetas").
“Isto está ao Rubro”
Sou como o nobre lobo idoso,
ando na serra e desço ao povoado!
uso a mesma pele com que me cubro,
uivo nos montes esfaimado e ansioso
sinto-me ferozmente ameaçado
porque isto, isto está ao rubro.
Isto está ao rubro!
Isto.. está… ao…. rubro!
o lobo só ataca quando faminto
nos montes e povoado,
em cada dia algo descubro
sei onde está o mau instinto
e a vil força do pecado.
Não quero ser alvo das atenções
nem tampouco quero ser homenageado
contento-me com um simples carinho,
não tenho grandes pretensões
sou como o nobre lobo esfomeado
que uiva em alcateia ou sozinho.
Isto está ao rubro!
isto está rapidamente a virar
e o lobo cada vez mais esfaimado,
se a isto ninguém puser cobro
deixa o velho lobo de uivar
e sucumbe faminto no povoado.
ArtCar
(Poema de minha autoria).
E porque não! uma história diferente….
Viviam felizes; bruxas, diabos e diabretes
dentro dum castelo assombrado
até um certo dia,
lobisomens montados em ginetes
levantaram o rei que estava enterrado
e nesse dia, acabou toda aquela euforia.
Existem histórias lindas, outras medonhas!
porém, esta é de fantasia.
Era um príncipe e uma princesa ledos,
de carinhas larocas sempre risonhas
e sempre fantasiados de magia
no castelo, nunca mais houve medos.
Dão longos passeios nos seus jardins
entre bailados de mariposas encantadoras
com toda a graciosidade e alegria,
paira no ar um doce perfume a jasmins
e as rosas tão belas são embaixadoras
dum lindo castelo cheio de magia.
O príncipe é o encantador sol!
a princesa, a encantada lua fagueira
sempre prazenteiros e corteses,
logo de manhã, canta o jovial rouxinol
agora, falta a infanta herdeira!
vai nascer daqui a nove meses.
ArtCar
(Poema de minha autoria. Escrevi-o com muito amor a pensar nos mais pequenos).
“Mar profundo”
Navego no meu barco rumo ao cais
nas águas profundas do alto mar
vencendo vagas em franca liberdade,
vejo alguém a acenar com sinais
é o meu amor por mim a esperar
no cais do mar sem profundidade.
É tão fundo o mar sem profundidade
profundo e imenso dos sonhos meus
onde confesso os meus pecados,
navego remansado sob tempestade
pela ajuda dos desígnios de Deus
com profundos medos alucinados.
Ó mar extenso e fundo sem medida
mar dos meandros da infinidade
e dos navegadores do mundo,
ó mar de profundidade desmedida
duma incalculável profundidade
és mar do meu imaginário profundo.
ArtCar
Por ti….
Nunca te cheguei a dizer
o quanto sofri por ti,
por simples razões de amor….
Sem nunca o entender
por ti, quanto eu padeci!
não guardo agrura ou rancor.
Ainda éramos dois adolescentes
sem preocupações e instáveis
do que é provável acontecer,
hoje, adultos e inteligentes
de responsabilidades louváveis
com respeito do bem entender.
Nada acontece por acaso
tudo é tão simples e natural
nas voltas que a vida dá,
como quem reza ao ocaso
e pede por amor divinal
recatado, no conforto do sofá.
Passaram muitos, muitos anos
e quantos anos nós contamos
ao longo de toda a nossa vida,
entre enganos e desenganos
quantas tormentas passamos
depois duma triste despedida.
Por ti…. Chorei tanto de saudade
e por amor também padeci
nos meandros da minha sorte,
hoje…. Já cansado pela idade
nunca me esqueci de ti
e jamais te esqueço até à morte.
ArtCar
(Poema de minha autoria dedicado com muito carinho, ao amor. Um amor de adolescentes, simples e sem maldade).
“Santíssimas Trindades”
Era assim antigamente na aldeia!
desde manhã ao anoitecer….
Tocam às Santíssimas Trindades
às últimas horas do fim do dia
é o aviso do recolher para a ceia,
sem grandes pretensões ou vaidades
era tão pouco o sustento que havia
granjeado pelas gentes lá da aldeia.
Em nome do Pai, Filho e Espírito Santo!
doutrina das Santíssimas Trindades
das crenças praticadas na aldeia,
pela anunciação do toque e no entanto,
no lar, dentro das suas possibilidades
rezavam com toda a fé à hora da ceia.
Uma malga de caldo, um naco de pão
era o seu sustento diário e habitual
e sempre contentes com o que tinham,
com tanta ternura e amor no coração
uma paz de alma contagiante e total
e tantas tormentas de que padeciam.
A água tão pura e refrescante da fonte
que as moças transportavam em cântaras
ouve-se o canto melódico dos rouxinóis,
ao vento, as cantigas brejeiras no monte
das alegres moçoilas a ceifar as searas
e estridentes chiadeiras de carros de bois.
E lá longe, longe, ainda muito longe!
já se vê a fascinante lua a espreitar
por detrás dos montes da aldeia,
recolhe ao convento o velho monge
quando toda a família está a cear
ouvem-se os uivos dos lobos em alcateia.
Lá no alto, a lua, generosa, já descoberta
e um silêncio arrepiante quase sepulcral
ouvem-se os mochos e corujas a piar,
o cão pacífico deitado à porta semi aberta
era velho costume aldeão e ancestral
nas velhas ruas ficava tudo no seu lugar.
Nasce um novo dia para a árdua labuta
criadas das donas de casa são as primeiras
ladra o cão, começa a passarada a gorjear,
madrugam as pessoas de fé e boa conduta
religiosamente e com muito boas maneiras
encaminhavam-se para a capela a rezar.
Toca o sino às Santíssimas Trindades!
genuíno toque harmonioso e cadenciado
lembro-me tão bem como se fosse agora,
daqueles toques tenho imensas saudades
um velho homem religioso e já cansado
tocava o pesado sino sempre àquela hora.
ArtCar
(Poema de minha autoria dedicado com muito amor e carinho ao tempo de outrora quando ainda se tocava o sina para a missa das "Santíssimas Trindades").
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