
Por uma vida de miséria!
É a miséria duma vida cheia de trabalho
de pele encarquilhada e rugas no rosto
como carta usada e viciada dum baralho
duma longa vida de pobreza e de desgosto.
Velhos ossos enfraquecidos pelo passar dos anos
mãos calejadas de tantos sacrifícios e sofrimento
olhar apagado e distante de enganos e desenganos
e um forte sopro decisivo, dum coração em lamento.
Voz abafada, trémula e sofrida, com tanto frio a tiritar
o peso da idade muito avançada, fatiga sobre os ombros
desgraçadamente, ainda faz pela vida embora a padecer.
A tristeza e as agruras espinhosas da vida, fazem curvar
a pobreza, é a maior originária de todos os males e tombos
pelo final da vida, velhinha, ainda vai à lenha para se aquecer.
ArtCar
(Poema de minha autoria dedicado com todo o amor e carinho a todos os velhinhos que ainda trabalham por necessidade e que infelizmente ainda são muitos).
Sonho maquiavélico
duma noite mal dormida!
Acordo dum sonho perturbador
e dou comigo intrigado a matutar
era um mar de lembranças infindas,
coisas maquiavélicas de mal menor
mas sérias, que me fazem pensar
nas coisas passadas, já esquecidas.
O sonho é o verdadeiro eco do espírito
que está presente no subconsciente
e que se reflecte no sonhar,
deixa o consciente sob aviso atónito
num estado de alerta permanente
pode até chegar ao delírio de alarme.
No sonho, oiço vozes vindas do além!
que lembram malefícios que trazem
coisas que me vêm à lembrança,
rezo ao meu Jesus e à Virgem Mãe
que não passem duma mera miragem
por indignação da minha insegurança.
Águas passadas, moinhos já não movem
vão longínquas na torrente da vida
como sonho duma lembrança infinda,
maquiavélico, mas não morte de homem
apenas é uma perturbação ocorrida
duma noite mal dormida.
ArtCar
(Poema de minha autoria).
“Dia de todos os Santos”
“Pão de Deus”
(dia um de Novembro)
Vêem-me à memória algumas lembranças
do dia um, dia de todos os defuntos e finados!
neste primeiro dia um do mês de Novembro,
tanto adultos, como também tantas crianças,
pediam pelas portas pobrezinhos entusiasmados
o pão de Deus, pão quente! ainda me lembro.
Eram outras vivências, de outros tempos,
tempos difíceis de fome e de miséria!
os pobres, só tinham sofrimento e sentir,
como os seus míseros e parcos rendimentos
não chegavam para o sustento da família,
tinham que humildemente aos ricos ir pedir.
Chegava o tão sentido e saudoso dia dos fieis!
os pobrezinhos pediam pelos que já partiram
era então o pão de Deus, em dia benevolente,
pediam uns trocados, uns miseráveis níqueis
alguns agasalhos, que por acaso outros vestiram
pediam por todos os santos, dia do pão quente.
….
“Pão de Deus"
Eira de trigo com pão semeado
por mãos de antigamente
e por elas tão bem tratado
trabalhado fisicamente.
Pão de Deus, pão abençoado
trabalhado à antiga portuguesa
mãos sacrificadas e com suor ceifado
para ser apreciado à nossa mesa.
O pão nosso de cada dia
amassado por mãos experimentadas
à primeira claridade do alvor.
É dever duro e tarefa tardia
de gentes de mãos calejadas
pão cozido com dedicação e amor.
ArtCar
(Poema de minha autoria dedicado todos os santos e defuntos. Ao dia dos fieis e ao Pão de Deus).
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