Lembro-me muito vagamente
de alguns momentos de criança
menino franzino e inocente
é noção que guardo na lembrança.
Há muitos anos no passado
já não me lembro muito bem
tempo de outrora sagrado
quando rezava com a minha mãe.
Minhas lembranças desvanecidas
que lembro de minha memória
reminiscências perdidas
que de mim não rezam história.
Quantas lembranças fracassadas
do meu tempo de petiz
na minha memória abafadas
dum menino que foi feliz.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria dedicado às lembranças quase apagadas da memória).
A água da fonte mata a secura
corre da bica para o chão
é água de tanta frescura
até mata a sede do coração.
Quem beber naquela fonte
fica com mais vigor
água que vem do monte
refresca quem tem calor.
A água da fonte não se cala
como música que entra no coração
quem lá passa deleita e embala
com prazer a bater no chão.
Bate que bate a tilintar
bate no chão a correr
água que corre sem parar
a todos dá de beber.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria dedicado à água cristalina e pura das fontes).
Meninos que dantes brincavam nas ruas poeirentas
felizes, davam-se todos como se fossem irmãos
nas rudes e frenéticas brincadeiras turbulentas
os seus maiores atributos eram as suas mãos.
Pelas ruas corriam em debandada
dispersavam como um exércitos derrotado
os meninos do meu tempo jogavam à porrada
nas brincadeiras ninguém saía magoado.
E o jogo truculento e divertido do eixo
não havia qualquer regra nem contratempo
jogo tradicional dos meninos de Freixo
dos meninos traquinas do meu tempo.
Os meninos do meu tempo e da minha geração
noutra época, à muito, muitos anos passada
eram rebeldes e não tinham qualquer ambição
trepavam às arvores atrás da passarada.
Os meninos do meu tempo tinham alegria
felizes e de calções rompidos e remendados
embora muito pobres, pobres na sua maioria
eram muito felizes e bem educados.
De seus costumes bucólicos e banais
eram humildes para os seus pais e professores
os meninos do meu tempo eram rurais
mas muito ricos nas suas doutrinas e valores.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Procuro palavras simples de afeto
para te escrever um simples poema
um poema que dê um certo ímpeto
e para mim, de importância extrema.
Procuro as mais simples do planeta
para entrarem no teu coração
palavras escritas com a minha caneta
ditadas pela minha alma e imaginação.
Procuro também palavras entusiasmado
palavras simples que cheguem ao céu
no meu velho dicionário tão usado
de tão usado já está gasto tal como eu.
Meu velho dicionário carcomido
com palavras riscadas e com emendas
quantas e quantas vezes é remexido
para ver palavras simples que tu entendas.
Procuro palavras de amor e de amar
talvez banais mas de afeto e de confiança
palavras simples de fazer sonhar
palavras simples, simples e de esperança.
E para quê palavras caras e requintadas
não as entendo por minha convicção
deixa-me escrever-te palavras simples recatadas
palavras simples, tão simples mas de coração.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Dar sinais de riqueza
parecer rico e não o ser
causa uma certa estranheza
quem à lauta anda a viver.
O supérfluo não é necessário
de quem vive na singeleza
quem vive do seu salário
não é rico com certeza.
Ostenta coisas dispendiosas e raras
casas de luxo, carros topo de gama
exibe-se presunçoso às claras
ainda goza e ganha fama.
Ainda por cima é descarado
desperdiça para além da sua posse
sem nenhum valor declarado
vive em lauta sobreposse.
Lá diz o velho aldeão!
Quem cabritos não vende
e cabras não tem
algo estranho rende
ou de algum lado lhe vem.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Quem sabe o que é um patachim?
Para quem não sabe! O seu verdadeiro nome é “Mejengra”. Confesso que também não sabia que se chamava mejengra. Ao ouvi-lo cantar no meu jardim, lembrei-me dos meus tempos de rapaz quando o ouvia no arvoredo a anunciar os primeiros raios de sol depois da chuva. É um pequeno pássaro espalhado por todo o globo muito útil para a agricultura pelos insetos que destrói.
Patachim!
Encanta-me ouvir cantar o patachim!
Quando chove só canta assim,
patachim.. patachim…patachim,
assim canta o patachim no meu jardim.
Adoro ouvi-lo cantar para mim,
o solitário e alegre patachim!
quando chove só canta assim
patachim.. patachim… patachim.
Oiço o seu cantar no meu jardim!
Espreito, mas não vejo o patachim….
Canta, canta só para mim!
Patachim.. Patachim… Patachim.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria dedicado à natureza e pequenas aves canoras).
Respira a frescura da madrugada
delimita o doce encanto de mulher
tem mente aberta e iluminada
traz consigo o fascínio do entardecer.
É irresistível ao êxtase do amor
a todos encanta com sua alegria
surge radiosa ao primeiro alvor
transporta seu resplendor todo dia.
Tem na natureza o condão da fertilidade
o propósito natural de fazer nascer
mulher absoluta de plena sublimidade
tem o prazer e a alacridade de ser mulher.
Mil palavras não chegam para a descrever
um poema sentido ainda é muito pouco
a essência divina de mulher
a nada se pode comparar tampouco.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria dedicado a todas as "Mulheres"....)
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