Nos verões de outro tempo
os cereais eram ceifados arduamente
a ceifeira cantava por passatempo
na força do calor dificultosamente.
Passaram tantos anos e todavia
nesse tempo era eu uma criança
de manhã até ao fim do dia
ainda é da minha lembrança.
Regressava a casa cansada
de corpo moído pela azáfama
ainda assim contente e entusiasmada
fazia as lides de casa antes de ir para a cama.
Quanto trabalho para granjear o pão
com custoso esforço e suor
a linda ceifeira de então
ceifava com alegria e amor.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Valorosos portugueses espalhados pelo mundo
desalentados deixaram a sua modesta aldeia
onde o trabalho era árduo e infecundo
porém um dia saudosos regressaram de mão cheia.
Politizaram as suas terras agrestes
embora ricas em hábitos e tradições
outrora deram carácter com novas vestes
onde só proliferavam os aldeões.
Os tempos mudaram desde então
outras novas formas de viver
gente humilde e de coração
ao mundo mostraram o seu ser.
Como é bela a paisagem agreste do campo
tão bucólica mas de fausta natureza
onde trinam grilos e alumia o pirilampo
as suas gentes brilham com destreza.
Segue-se porém o bem dizer
da urde de riquíssimas teias
gentes de bem e bem fazer
pela mundialização das aldeias.
ArtCar (Artur Cardoso)
Poema de minha autoria).
O sol insiste a irromper por entre os sabugueiros
no céu pairam nuvens fofas como fofa almofada
dois aviões rápidos e passageiros
rasgam barulhentos os ares em rajada.
São tão singelas as flores dos sabugueiros
tão brancas como nuvens brancas a pairar
exalam o seu aroma aos caminheiros
que por lá passam para o perfume inalar.
As suas bagas negras servem de alimento
às pombas que poisam sobre elas com abundância
caiem espalhadas no chão com o vento
quanto me agrada tal balsâmica fragrância.
São singelas e belas tais flores de aroma agradável
as flores brancas de sabugueiro
quem por lá passa fica com um cheiro inolvidável
por ser natural e de perfume verdadeiro.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Flores de todas as cores
perfumadas de ternura
flores com um sorriso a amores
com beijos de candura.
Em cada flor existe amor
um poema por excelência
uma lufada de ar fresco ao alvor
em todas as flores, inocência.
Multicoloridas como bolas de sabão
algumas de cor carmim
preenchem o coração
todas as flores do jardim.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Na última temporada de verão
num dia cálido de agosto
o amor chama à razão
na praia do sol posto.
O sol, de mansinho, aquecia enganador
o seu corpo esbelto de pele acetinada
deslumbrante com bronzeador
ligeiramente sobre a areia deitada.
Porém, ele, a seu lado teve um pressentimento
de que ela lhe daria o seu coração
e naquele preciso momento
dá-lhe um beijo com paixão.
Ela ainda se lembra, ó se se lembra!
Tinha o seu mais que tudo a seu lado
só um senão duma pequena contenda
por via do ciúme dum ex-namorado.
Como se atreveu enciumado a difamar
chamou-lhe de tudo, até meretriz
na praia do sol posto junto ao mar
estalou, como estala um pedaço de verniz.
Foi na última temporada de verão
que a paixão do verdadeiro amor aconteceu
e ali logo lhe deu o seu coração
o ex-namorado num instante desapareceu.
Ainda há quem acredita no destino
tal como na força divina da natureza
que toca sonoro como um melodioso sino
a quem ama com paixão e destreza.
Foi na praia do sol posto
num certo dia que tudo aconteceu
debaixo do sol tórrido de agosto
ela, o seu coração lhe deu.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
O amor é como a água de nascente
corre, corre, sempre persistente a irromper
se um dia perde a corrente
seca a fonte e a água deixa de correr.
Deixa fluir a água fresca da fonte
que a todos mata a sede por amor
é água que corre persistente do monte
no entanto sabe bem o que é dor.
Na vida não existe amor maior
do que aquele que ama a sofrer
olha a água da fonte a correr por amor
que mata a sede a quem dela quer beber.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Ao douro internacional
que também se chama arribas do douro
entre Espanha e Portugal
corre um rio que é um tesouro.
Nas suas margens de rochedos descomunais
nidificam abutres, águias, e o pombo-torcaz
habitam por ali raposas e lobos e outros animais
que lhe dão nome, o que muito me apraz.
Que invulgar beleza!
Que sublimidade de paisagem!
É um paraíso onde a natureza
desperta à vida selvagem.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
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