Quarta-feira, 23 de Setembro de 2015

Ó mulher!

 

 

 

Tanto apego dedicado

a padecer de ternura por ti

tantas vezes importunado

tanta incompreensão por mim.

 

Contemplo obstinado o teu olhar

no mais íntimo dos anseios

deixa-me em ti para sempre ficar

repousar na frescura dos teus seios.

 

Meu mundo, meu mar, ó mulher!

Mulher que me enlouquece e guia

do teu cerne quero beber

a seiva que me basta e sacia.

 

Perco-me na tua imensidão

delicio-me com a tua beleza

mergulho nesta minha ilusão

de loucura e de tristeza.

 

     ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 21:44
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O contemplado!

 

 

 

Por mero acaso encontrei-a com ar introvertido

maquilhada a preceito e bem arranjada

por acaso não tem marido

toda vaporosa e extremamente decotada.

 

Achei-a meio estranha, mas porém

cá para mim anda moiro na costa

cabisbaixo sem falar a ninguém

com os lábios pintados cor de lagosta.

 

É uma bela e vistosa mulher

que não haja nem sequer a menor dúvida

ninguém tem nada a dizer

da sua recatada vida.

 

Tem um caso que ninguém sabe

disse-me e logo se afastou

antes que o caso desabe

diz que disse, mas não confirmou.

 

Então por via das cócegas

quem me disse foi o vizinho do lado

falou-me dumas coisas estranhas

afinal, é ele o contemplado.

 

     ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 21:39
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Minha terra!

 

 

 

Freixo, terra de velhas tradições e sustentáculo

de onde saí ainda rapaz

terra sem preconceito nem obstáculo

terra que a mim muito me apraz.

 

Em Freixo, o pão é abastança

e monumentos de deslumbrar

terra onde uma criança

cresce saudável a brincar.

 

Corre pelas ruas em liberdade

brinca aos imaginários no ar

a brincadeira ainda tem mais sagacidade

sem ninguém a importunar.

 

No altar do Penedo Durão

por lá ainda canta a perdiz

perde o olhar na imensidão

assim afirma quem bem o diz.

 

Ligares e Poiares, aldeias prazenteiras

aldeias de muita luz colorida

de belas raparigas feiticeiras

a quem por lá passa dão guarida.

 

Masouco, é pitoresca e preciosa

debruçada sobre o douro

terra de laranja famosa

do sopé ao miradouro.

 

Fornos e Lagoaça sem fronteiras

aldeias singelas de trigais

de gentes simples e verdadeiras

onde proliferam os pardais.

 

Cinco pérolas de concelho

duma terra nobre e distinta

rendo-me aos seus encantos e ajoelho

minha terra, Freixo de Espada à Cinta.

 

       ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 21:35
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Olhares!

 

 

 

Ergue o seu frágil corpinho em bicos de pés

mete a mãozinha na água do lago

de tal maneira engraçada em viés

para à água fazer um afago.

 

Caiem folhas inertes tocadas pelo vento

estica-se ainda mais para as apanhar

ao olhar persistente dum adulto atento

a todos os gestos da sua maneira de brincar.

 

É tão lindo o contacto das crianças com a natureza

felizes a brincar com a água em movimento

é duma nobre e recompensadora riqueza

dar às crianças atenção e entendimento.

 

Brincar na natureza é saudável e dá vigor

para explorar capacidades físicas e mentais

a natureza convida aos afetos e ao amor

dos olhares atentos de seus avós e pais.

 

     ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 21:33
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Melancolia da saudade!

 

 

 

 

A chuva cai suave e agradável

traz-me à lembrança coisas do passado

deixa-me apático e um pouco triste,

bate em mim uma saudade inolvidável

de profundo sentir pesado

dum passado que já não existe.

 

Vão passando os anos e o tempo sulca a memória

abre brechas dum copioso relembrar não sarado

e de marcantes momentos inesquecíveis,

cerro os meus olhos molhados pela angústia

porque chovem lembranças do passado

na minha memória reversíveis.

 

Quem me dera voltar outra vez a ser menino

como quando descia as escadas a correr

e saltava para os braços do meu pai,

sempre irrequieto e ainda sem tino

por tanto bem lhe querer

corria para ele num constante vem e vai.

 

Agora apenas sinto o peso da realidade

a lembrar o meu querido e saudoso pai

desde menino irrequieto até à eternidade,

assim é a saudade de toda a humanidade

quando a chuva tranquilamente cai

e traz à lembrança a melancolia da saudade.

 

       ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 21:30
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Caminhos!

 

 

 

São inesquecíveis aqueles dias de setembro

dias cálidos e noites amenas de verão

como ainda muito bem me lembro

julgamos os dois serem de eterna duração.

 

Foram dias de amor e de bem

sem termos qualquer compromisso

apenas e só amor e porém

tão faustos que fomos por isso.

 

Só nós os dois sem horas marcadas

como gaivotas apaixonadas em liberdade

seminus de alpergatas calçadas

sorriamos um para o outro sem maldade.

 

Foi tão bom mas cedo acabou

as férias num instante terminaram

assim foi que entre nós tudo começou

quando os nossos caminhos se cruzaram.

 

       ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 21:28
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Segunda-feira, 7 de Setembro de 2015

Linhas do Amor!

 

 

 

O amor não tem cor

não sabe o que é antipatia

muito menos o que é aversão,

o amor é um hino ao alvor

bem cedinho ao nascer do dia

é ter pureza no coração.

 

Não me chamem por favor sentimental

não me julguem assim tão singelo

só quero andar de bem com a minha humildade (….)

No amor, sou sempre frontal

na singeleza, gosto do simples e do belo

em suma, sinto o amor em plena liberdade.

 

Gosto do amor discreto

do amor à primeira vista

de qualquer maneira,

calculado, desregrado (….)

O amor tem que ser correto

é extraordinário e conquista,

como estopa a arder na fogueira

o amor, é lindo quando civilizado.

 

       ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 10:35
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