Domingo, 25 de Outubro de 2015

Amigo!

 

 

 

Amigo, pareces-me triste

suponho que te não estou a conhecer

o que é que tu viste ou ouviste

conta-me o que te está a acontecer.

 

Deixa a água do rio correr

pois que corra por debaixo da ponte

deixa as más línguas dizer, mal dizer (….)

Amigo! Tu, não tens nada que te aponte.

 

Amigo, abre a tua mente

e segue o teu coração

não fiques assim tão deprimente

anda, vem, dá-me a tua mão.

 

Repara na beleza duma flor

olha como é sensível e delicada

os martírios que ela passa por amor

e não fica triste, nem tampouco irritada.

 

Amigo, espairece, observa o horizonte

e diz de mansinho, “como é bonita a vida”!

Deixa correr a água por debaixo da ponte,

e vê como ela corre, “nunca desiste da corrida”.

 

       ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 18:14
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No jardim à beira mar!

 

 

 

Chilreia um serzino no topo duma árvore sobranceira

saltita de galho em galho e persiste alegre e longamente

talvez esteja a chamar a sua amada e companheira

porém, eu escuto-o de dentro do meu carro atentamente.

 

Hoje, as árvores parecem estar mais empobrecidas

sem a residente e estridente passarada e no entanto

vão-se acamando as folhas uma a uma pelo chão caídas

no jardim à beira mar que perde o seu comum encanto.

 

Também não vejo gaivotas a saciar a sua sede

na água fresca do tão harmonioso laguinho

e a relva vai perdendo a sua brilhante cor verde

onde os patos abandonaram o seu ninho.

 

Nem oiço gargalhadas das alegres crianças a correr

nem vejo as brincadeiras dos cães a levantar poeira

é o outono que pouco a pouco se está a enfurecer

apenas vejo o homem das castanhas de mãos na algibeira.

 

 E o pregão, quentes e boas já em desuso

que muito a mim me agradava ouvir apregoar

no tão conhecido jardim dos namorados e do intruso

jardim do passeio alegre à beira mar.

 

       ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de Minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 18:12
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Mutação!

 

 

 

Casto e honrado lavrador na sua pujança

que tanto se esfalfou a trabalhar

deu o seu melhor com a esperança

de um dia poder tranquilamente descansar.

 

Isto é como tudo na nossa vida

os tempos vão mudando necessariamente

e aos poucos a coragem vai acabando esmorecida

com mãos cansadas do homem de antigamente.

 

Honrado lavrador de antigamente

que sacrificava a vida pelos campos de cultivo

logo de manhãzinha cedo e habitualmente

lá ia ele alegre para o trabalho, decisivo.

 

Nunca se queixou de alancar com tão pesado fardo

muito duro em dias e dias de frio e de orvalho

ainda mal o dia nascia e ao lusco-fusco pardo

andava sempre alegre no seu trabalho.

 

Mudam-se os tempos em mutação

transformou-se a mão de obra em maquinaria

o lavrador de outrora tinha por condão

trabalhar a pulso por obrigação necessária.

 

Quanto do seu suor derramou no custoso labor

para no dia a dia poder granjear o seu pão

o exímio e honrado e calejado lavrador

nunca ao seu trabalho disse que não.

 

       ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 18:09
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Saber amar a vida!

 

 

 

Quem sabe amar a vida

e todos os dias dar graças ao acordar

não tem a menor dúvida

que é bom sabe-la amar.

 

Andar de bem com ela

naturalmente por bom motivo

faz dela a mais bela

é obrigatório e intuitivo.

 

É ela quem em todos nós manda

embora por vezes seja penosa

quem de bem com ela anda

pode chamar-lhe ditosa.

 

É a vida que nos ensina a viver

pensar positivo e a respeitar

com amor e humildade,

cada um com a sua maneira de ser

a ela todo se dar

e saber ama-la com dignidade.

 

       ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 18:04
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O outono para mim, é!

 

 

 

Uma mistura de cheiros

a caruma dos pinheiros

e marmelos maduros

o cheiro a mosto a fermentar no lagar

águas tépidas a correr nos ribeiros

dias mais pequenos e obscuros

as primeiras chuvas e frios ao acordar.

 

É a cadência sem argumento

folhas mortas e abandonadas a jazer

a um canto qualquer dum lugar abandonado,

o outono é um hino de ternura e sentimento

é a estação que me dá mais prazer

é a lembrança do tempo passado.

 

É a natureza bucólica e adormecida do meu jardim

a nudez das árvores desprovidas de folhagem

flores cíclames, dálias, margaridas e jasmim

e campos de aspeto selvagem (….)

E esta saudade que sinto em mim.

 

       ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 18:01
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Minha Mãe!

 

 

 

Lembro-me saudoso da minha mãe

que partiu agarrada à vida já idosa

porém. se existe o Além

peço a sua divina bênção ditosa.

 

Na despedida balbucia uma oração

parte tranquila deste mundo

e despede-se de mim de antemão

com um suspiro calmo e profundo.

 

Sofreu com tanta dedicação

pelos desgostos que eu lhe dei

guardo a minha mãe no coração

minha “Mãe”! Quanto a amo e amei.

 

       ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 17:58
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Segredo!

 

 

 

Um amigo tem um amigo

esse amigo um amigo tem

guarda os teus segredos contigo

e não os contes a ninguém.

 

Quero contar-te um segredo

só a ti o quero contar

mas, tenho tanto, tanto medo

que em mim não vás acreditar.

 

Quero contar-te um segredo

que só eu o posso contar

contar-te tenho medo

deixa-me no teu ombro chorar.

 

Não sabes o quanto eu quero

contar-te um segredo

talvez um dia, assim o espero

mas contar-te tenho medo.

 

Quero contar-te um segredo ao ouvido

mas tenho medo e porém

não vou contar-te porque sou tímido

não o conto a ninguém.

  

Só ao mar eu o vou contar

um segredo, o meu segredo profundo

só nele posso confiar

em mais ninguém deste mundo.

     

     ArtCar (Artur Cardoso)

 

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 17:56
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