Os meus amigos são (….)
Como uma chama acesa
são os meus amigos de certeza
tal como sempre os imaginei,
nas suas convicções há clareza
amigos com tanta firmeza
nunca na vida encontrei.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Numa rua qualquer da cidade
trocamos um sorriso e um longo olhar
como que entre nós houvesse ingenuidade
de frente um ao outro acabamos por falar.
Sorria teimosamente persistente
parecia que estava obcecado
que lindo momento refulgente
à tanto tempo por mim esperado.
Fala-me de si e da sua insegurança
fala-me do amor que sente por mim
trocamos carícias de confiança
ele sorria com branco sorriso de marfim.
No decorrer da noite demos um beijo
as horas passaram a correr
de súbito surgiu o desejo
de nos amarmos até amanhecer.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Vem ao longe a vislumbrar
por entre a relva orvalhada
como sempre a deslumbrar
a minha deusa encantada.
Damos um agradável passeio
à beira mar pela enseada
alegremente em devaneio
sobre a areia macia e molhada.
Sorvo com desejo a sua euforia
a frescura da sua paixão
embalado com tanta energia
aperto-a contra o meu coração.
O seu bafo irrompe na bruma
com hálito doce de endoidecer
parece neblina de espuma
trás consigo o amanhecer.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Ainda a noite está a dormir tranquila
como as gaivotas na areia à beira mar
subitamente uma delas pipila
é o crepúsculo do amanhecer a chegar.
Surge a magia da madrugada enfeitiçada
inebria de tanta beleza
já no arvoredo chilreia a passarada
no alegre despertar da natureza.
Chegam os barcos sulcando o mar
depois de cumprirem o seu dever
paira o cheiro a maresia no ar
carregado de magia ao amanhecer.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Esta minha saudade não tem cura
duma tal nostalgia sem fronteira
na minha memória ainda perdura
com saudade, minha mãe à minha beira.
Já não sei como é saber rezar
como rezava junto de minha mãe
no tempo que rezar era saber amar
amar o melhor que o mundo tem.
Ensinou-me a rezar por todos nós
pela minha família e os mais desprotegidos
pelos meus pais, avós e bisavós
ensinou-me a rezar pelos meus entes queridos.
Minha mãe chamava-se Maria
Maria, era o seu nome divino
quando comigo rezava, por todos pedia
também por mim, por ser pequenino.
A vida dá voltas e causa transtorno
a lembrar o passado que nunca mais vem
um passado que já não tem retorno
quando rezava junto de minha mãe.
Não sei rezar como quando era criança
ajoelhado no altar de Maria minha mãe
ficou sempre para mim a lembrança
de nunca subestimar ninguém.
Foi minha mãe que me ensinou a rezar
a saber amar os outros com o coração
ensinou-me quando receber, também dar
e sobretudo dar, a quem não tem pão.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Toca um sino despretensioso
na igreja mais próxima onde habito
toca ténue e penoso
num dia de sol bonito.
Respeito condignamente o tocar triste
em memória de quem já morreu
é um tocar que no meu coração existe
desde que o meu pai faleceu.
Era eu ainda muito rapaz
quando o meu saudoso pai morreu
desceu à terra no cemitério onde jaz
levou consigo o que de mais precioso era seu.
O respeito é o pão do espírito
da índole e de todos os sentimentos
ao tocar ténue dum sino bendito
dá que pensar em tais momentos.
Quando oiço tocar de tristeza o sino
no campanário da igreja da minha freguesia
com um tocar melancólico e divino
é porque morreu alguém nesse dia.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Tão efémero que foi o amor
não durou mais do que um dia
deixaram de sentir o calor
dos sonhos da euforia.
Deixaram de ouvir o bater do coração
de sentir o caminhar dos seus passos
apagou-se a chama da paixão
como quando caiam nos seus braços.
Ficam numa infinita tristeza a pensar
arrebatados pela ansiedade
se um dia um para o outro irão voltar
quando chegar a saudade.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
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