Amo a grandiosidade do vasto mar
onde se afunda o sol quente de agosto
a paz e a tranquilidade de bem estar
que moram em sossego atrás do sol posto.
Que importa ter aparatosa grandeza
agigantadas riquezas que não pagam a paz
o mais grandioso da natureza
é o bem estar de todos, que a todos apraz.
Faz ecoar a tua voz até ao profundo do infinito
faz da tua vida a mais doce quadra de poesia
nada na vida é mais importante e bonito
do que o tranquilo viver, em paz e justa harmonia.
Atrás do sol posto mora a quietude da esperança
dum sol radioso que mergulha no profundo mar
onde foi feito um acordo sideral de aliança
entre a paz de espírito e a pureza de bem estar.
Todos os caminhos espinhosos e atribulados
que se calcorreiam todos os dias dificilmente
pela constante incompreensão assaltados
de ímpio e reprovável mal pungente.
Quero que os meus versos exalem a aroma das rosas
que irão chegar a um qualquer longínquo sítio do mar
e as minhas longas memórias de tão singelas prosas
cheguem atrás do sol posto onde um dia ei-de morar.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Ando pachorrento caminhante
por uma rua da cidade a vaguear
oiço uma melodia triste e sonante
de alguém a tocar e a cantar.
Paro uns segundos em frente desse alguém
é uma jovem de olhos cor de azeitona
a sua voz ecoa pela rua estreita e porém
ao som duma velha e coçada sanfona.
Brinca a seu lado uma menina pequenina
presumo que é sua filha, não sei,
de ar angelical e divina
com olhinhos de sono, até me emocionei.
Numa tarde de outono quente e calma
ao lado dum qualquer botequim
a jovem toca a velha sanfona com alma
enche toda a rua do princípio ao fim.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Solto as amarras ao meu coração
deixo-o navegar no teu mar aberto
solto as asas à minha imaginação
o fim do mundo é aqui tão perto.
Vou contar-te as minhas mágoas
encosto a minha cabeça ao teu peito
navego no teu mar sem névoas
de mansinho e a meu jeito.
Como é bom navegar no teu mar
em busca do teu coração
ver os teus olhos por mim chorar
atrás dum sonho na palma da minha mão.
No vai e vem da minha sorte
vão os meus lábios os teus beijar
navego rumo ao teu norte
e no teu coração vou ficar.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria)
O ambiente da minha sala está ameno
lá fora esconde-se um gato no seu refúgio
e eu escrevo para ti num ritmo sereno
um poema ao som do tic-tac do meu relógio.
Procuro escrever um poema para te agradar
sem que haja qualquer interrupção
quando a ti o meu poema chegar
quero que entre docemente no teu coração.
Vê se o escrevi ao teu jeito meu amor
se te agrada tamanha simplicidade
é apenas um poema de amor para uma flor
que escrevi para ti com carinho e humildade.
Escrevi-o como que se fosse um adolescente
o mais bonito poema que até hoje já escrevi
recebe-o no teu coração diretamente
que por ele um dia de amor me perdi.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Encontram-se tantas dificuldades
no caminhar pela escuridão
e quantas contrariedades
de vicissitudes e incompreensão.
Ainda que pareça antiquado
mesmo que nos pareça tosco
é por certo todo o bem abençoado
de quem se preocupa connosco.
Feliz de quem tem credível ajuda
e lhe é oferecida sem ralação
a boa índole nunca muda
o digno caráter de satisfação.
Bate um coração palpitante
dentro dum peito virtuoso
bate de amor incessante
com docilidade generoso.
Fui nómada, sou errante
no buliçoso caminhar do saber
ando às cavalitas dum gigante
entre grandes mestres a aprender.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Confundem-se os cheiros no ar
hoje mais do que o habitual
cheira a saudade e a ternura,
é o que eu mais gosto em particular
do cheiro tão ativo tão especial
que me lembra a lareira e a candura.
Cheira a neblina e a pão
a castanhas a assar na lareira
e ao caraterístico sótão fumado,
sinto os cheiros no coração
o cheiro da taleiga e da peneira
cheira a vinho doce abafado.
Cheira a terra húmida na rua
a folhas molhadas em ajuntamento
cheira a brincadeiras e a leviandade,
cheira a fumo à luz da lua
a imensas lembranças ao relento
cheira a sonhos, cheira a mocidade.
Sorvo sofregamente o nevoeiro
com gosto familiar a aldeia
cheira a mãe, cheira a delícia,
cheira a palha seca do palheiro
quando o lume se ateia
cheira a outono da cor de estrelícia.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
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