Ensina-me o que é poesia
ensina-me a rimar com palavras certas
ensina-me essa exigente magia
de palavras escritas por poetas.
Se eu soubesse poetizar
como tu sabes exatamente
diria poesia a versejar
os mais belos versos energicamente.
Ensina-me versos a poetizar
de poesia simples e verdadeira
deixa-me contigo aprender,
aprender versos a rimar
como o galo na capoeira
que sabe de cor a sua poesia dizer.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Corre veloz sem parar
na sua marcha apressado
corre o tempo sem se notar
e o relógio a dar horas determinado.
O ciclo da vida está traçado
desde o nascer ao morrer
feliz de quem vive entusiasmado
até tardiamente envelhecer.
Ontem, eu fui menino
hoje, já sou de outra era
cada um com o seu destino
uns de longa vida,
outros porém, efémera.
O relógio, incansável, vai avisando,
a toda a hora, sem nunca parar,
a marcha do tempo afrouxando
até um dia a vida terminar.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Não conheço gente feia
mas sim bonita avaliada pelo pudor
a beleza é a grandeza que enleia
a boniteza que vem do interior.
Feia é a raiva de má conduta
antecedida com feitos de maldade
como feia é a massa bruta
de gentinha de empáfia e vaidade.
Que importa o património fabuloso
de quem não vale tuta e meia
gente bonita é ter um coração espaçoso
onde cabe o mundo de mão cheia.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Hoje encontrei assim o mais belo rio
a contemplar a sua beleza embargou-se-me a voz
não chovia, não ventava, não fazia frio
e a correr devagarinho para a foz.
Corre tranquilo remansado
para o mar com tanto carinho
como quem reza enclausurado
e beija aprisionado baixinho.
Tenho ciúmes da sua natureza
do seu berço meigo de embalar
corre com tanta doçura e nobreza
corre remansado para o mar.
Inúmeros versos não chegam para o definir
a sua beleza eu não a sei explicar
só ele sabe como conseguir
tão de mansinho juntar-se ao mar.
Rio imensurável de tanta riqueza
das gentes ribeirinhas é um tesouro
é o mais aprazível a correr na natureza
devagarinho, o mais belo rio douro.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Ainda pequeninos e colegas de escola
sempre juntinhos na brincadeira
ele metia-lhe bilhetinhos dentro da sacola
foram sempre companheiros de carteira.
Eram como dois pombinhos no gorjeio
de amizade afetuosa e inocente
repartiam o lanche no recreio
entre laços de afeto e amor fulgente.
Por qualquer pequeno nada riam contentes
davam sempre um beijinho de fugida
e os laços de afeto foram mais que evidentes
deu em namoro sem sombra de dúvida.
Continuaram sempre lado a lado
como na escola e na inocência
ela sempre afável e ele dedicado
sem nunca entrarem em divergência.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Um beijo na cara é amizade
na testa é respeito e consideração
um beijo dado com toda a honestidade
é o que sai verdadeiro do coração.
Porque será que já não gosta de mim
só porque lhe dei um deleitoso beijo
não foi tão grande ousadia assim
mostrar que por ela tenho desejo.
Considero como que um insulto
virar a cara por mim ao passar
creio que é desculpa ou o seu intuito
é nunca mais para mim olhar.
O que agora hei-de fazer
para remediar o mal que está feito
talvez faze-la entender
que é assim este o meu jeito.
Ainda assim não perco a vontade
de um dia lhe dar um beijo inocente
dizer-lhe que não foi por maldade
e que o meu coração não mente.
Eu sei que é talvez insensato
perguntar-lhe o que lhe deu
há-de chegar o momento exato
de saber o que perdeu.
É assim este o meu jeito de a amar
beija-la na boca com sofreguidão
e porque não também acariciar
o peito onde lhe bate o coração.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Velha azenha de terra batida
onde mora a paz e a franqueza
e onde o moleiro toda a sua vida
trabalhou com tanta destreza.
Luz elétrica não existe
nem tampouco fogão a lenha
mas há pão de abrir o apetite
feito sem qualquer artimanha.
Dentro da arca do pão
está o sustento do moleiro
homem que nunca diz não
a qualquer visitante ou forasteiro.
Já não há gente assim
humilde como o velho moleiro
de rosto cor de carmim
simples mas hospitaleiro.
Jamais esqueço aquele pão quentinho
da azenha sobre o ribeiro
moído pelo velho moinho
e cozido pela mulher do moleiro.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
. Como os poetas que cantam...
. Recordando... Inocentes s...
. A Poesia e a Alma do Poet...