Queria dar-te um pedacinho do céu
queria dar-te três ondas do mar
mas não tenho nada de meu
a não ser a liberdade de te amar.
Nem sequer tenho eira nem beira,
não tenho nada!
Nem rumo certo pelo caminho da vida
nada tenho na algibeira
a não ser esta minha condição determinada.
Queria dar-te o sol e todas as estrelas,
muitas flores!
Também o mar e a maresia,
queria dar-te as canções mais belas
que escrevo em minha poesia.
Tenho três coisas que ninguém me pode roubar (…)
A minha Liberdade!
A minha preciosa Saúde
e a minha Paz!
E ainda tenho o prazer de te amar
com o amor que tanto me apraz.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
A alegria da natureza em sintonia
com o rir confiante duma criança
em aprazível e perfeita harmonia
extravasa de amor e de esperança.
Expande-se pelo ar a satisfação
em plena liberdade do olhar
de inquietude no coração
ouvem-se lindas canções de embalar.
Canta um feliz melro no pomar
e no jardim um pintarroxo trovador
vêm aos pares as gaivotas do mar
para ouvir lindas trovas de amor.
E num encantador olhar de liberdade
de verde se veste a esperança
no encantamento de tanta docilidade
nasce a alegria duma criança.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Vislumbram montes ao meu olhar
de caminhos que à muito não piso
como sabe bem recordar
o encanto dum verdadeiro paraíso.
Montes agrestes e verdadeiros
aos quais me rendo e faço alusão
onde os abrutes poisam altaneiros
nas íngremes fragas do Penedo Durão.
E o douro aos pés de Espanha e Portugal
de água esverdeada e transparente
a correr no seu curso natural
remansado e despreocupadamente.
Presumo que já se oiça o cuco nas ladeiras
a imitar outros predadores nas enseadas
de manhã a perspectivar as raparigas solteiras
e à tarde a conjecturar as casadas.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Mãos que me embalaram em vaivém
com tanta ternura de adocicar
as mãos suaves de minha mãe
que eram tão delicadas a afagar.
Mãos suaves e carinhosas
foram as mãos de minha mãe
com tanta subtileza e ditosas
que me embalaram como ninguém.
Quem me dera voltar à idade de colo
entre as mãos que me seguraram
e adormecer ao som do gorjeio das aves,
quem me dera voltar a ter o mesmo consolo
entre as mãos que nunca se cansaram
as mãos de minha mãe, meigas e suaves.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Quando nos nossos longos passeios
em dias primaveris de comedido sol
encantados por uma mágica quimera,
fazem-me lembrar os teus medos e receios
à beira da fonte onde cantava o rouxinol
no despertar dos jubilosos dias de primavera.
Tudo passa na vida menos a saudade
quando bate a saudade sem jeito
ao lembrar os tempos antigos que já passaram,
tenho vindo a perder toda a alacridade
que desassossega o meu coração no peito
e que por ti os meus olhos tanto choraram.
O nosso tempo de juventude era prazeroso
os nossos corações escaldavam de paixão
e os arrufos eram simplesmente lacónicos,
o perfume das flores era ainda mais delicioso
quando nos enchia de ternura o coração
nos nossos passeios primaveris bucólicos.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Esta noite à certa diferença na lua,
é mais brilhante o seu luar de prata
e lá no alto, ilumina toda a rua
cheia, serena e pacata.
Já não me lembro de a ver assim
até a confundi com um farol
quanta alegria senti em mim
vê-la assim como se fosse o sol.
São onze da noite em ponto,
o luar entra na minha janela
e curiosamente a noite parece dia (…)
Hoje, está ainda mais bela
e eu pareço um tonto,
contente, quase em euforia.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
Passam as horas sem me aperceber
por via do dia ter sido cansativo e longo,
a noite é pequena,
um novo dia irá nascer
com cheiro a maresia e açucena.
A lua já vai alta na imensidão do céu
e eu a padecer de sono e cansaço,
a sonhar, a deambular (…),
deambular nos meandros escuros como breu,
ainda assim,
espero ansiosamente pelo teu abraço.
Vejo fantasmas aonde não existem
e com ávido desejo impaciente
espero o teu abraço tão desejado (…)
As trevas da noite persistem,
os fantasmas consentem,
porém, eu aqui descontente
num tedioso padecimento e cansado.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
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