Sábado, 10 de Setembro de 2016

Volta!

 

 

Iluminavam-se as luzes de ribalta

sempre que pisavas o palco determinada

como te salientavas em alta

notável diva encantada.

 

Os anos foram por ti passando

as canseiras também a aumentar

volta ao palco de vez em quando,

mas volta (…)

porque gosto de te ver representar.

 

Volta com a mesma destreza

como naquela vez que me disseste

os teus olhos fixam a minha beleza,

volta,

como tão bem sempre o fizeste.

 

Volta pelas luzes iluminada

a gesticular, a rir e porque não a chorar

volta sempre minha bela amada

volta de novo a encantar.

 

        ArtCar (Artur Cardoso)

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 09:28
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Mordaz aventura!

 

 

 

Encontrei a mais misteriosa bruma da vida

sem seguir um rumo nem tampouco o meu norte

rasguei os pés a caminhar sobre laminas em terra batida

e na poeira nevoenta busquei a minha sorte.

 

Andei à procura como um escrupuloso tonto

virei o mundo às avessas só para o encontrar

foi a mais mordaz aventura que descreve um conto

para um dia mais tarde o poder recordar.

 

Malvada ironia a dos sarcásticos e cruéis mortais

que o subterraram nas profundezas do degredo

é a mais vil e medonha de todas as traições fatais

que me fizeram aterrorizar de receoso medo.

 

Este meu estremecimento intrínseco de ressentimento

dá-me náuseas de dor e de visceral ódio vindouro

mordaz aventura que castiga severamente o meu pensamento

só porque desejei loucamente um precioso tesouro.

 

      ArtCar (Artur Cardoso)

(Poema de minha autoria).

 

publicado por Artur Cardoso às 09:26
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De saudade!

 

 

 

É festa no largo da aldeia

cheira a doçaria e açúcar queimado

toda a gente faz uma farta ceia

todos vão para o arraial animado.

 

Ribombam empolgados tambores

a alegria da pequenada

estrondam foguetes ensurdecedores

na festa da aldeia engalanada.

 

No arraial cintilam luzes multicor

pelas ruas vê-se gente a deambular

um par de namorados dão beijos de amor

fazem devanear os mais velhos ao passar.

 

Da minha terra, quanta saudade tenho

das festas, dos doces, do licor de canela (…)

quantas lágrimas detenho

quando de saudade me lembro dela.

 

           ArtCar (Artur Cardoso)

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 09:24
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Sem dúvida!

 

 

 

Em todos estes anos a vida fez-nos envelhecer

de acre sentir de agruras e  padecimentos

sempre ao lado um do outro a viver

e também felizes em tantos e bons momentos.

 

Devagarinho a vida foi-nos ensinando

a honrar incondicionalmente o nosso cabelo branco

lentamente e ano após ano a pele enrugando

mas sempre, sempre com o nosso sorriso franco.

 

Se o tempo voltasse para trás quarenta anos

à idade da ternura desse tempo antigo

se voltasse novamente por mágicos planos

sem duvida que casava outra vez contigo.

 

        ArtCar (Artur Cardoso)

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 09:21
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Neste lugar!

 

 

Já a lua vai alta no céu estrelado

e o mar medonho brame colérico

vem sentar-te a meu lado

neste lugar que parece quimérico.

 

Volta depressa ao encontro marcado

não percas tempo no caminho

não me deixes abandonado

porque sem ti morro de tédio sozinho.

 

Traz a tua boca de rosa perfumada

jura que não faltas à tua promessa

vem linda como a lua encantada

mas vem, vem para mim depressa.

 

O tempo condiciona o nosso beijo

pela ausência até à tua chegada

volta depressa porque morro de desejo

neste lugar cheio de tudo e de nada.

 

       ArtCar (Artur Cardoso)

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 09:19
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Soneto de amor!

 

 

 

Olhava atenta e hilariante sentada

felicíssima do cimo do paredão

observava o vai e vem das ondas encantada

entre os meus braços agarrada pela mão.

 

O sol levanta-se ainda sonolento

esfrega os olhos meio estremunhado

e o avô de olhar atento

explica como o nevoeiro fica descerrado.

 

Divertiu-se imenso no paredão

as ondas batiam e faziam espuma

e os barcos lá longe pareciam acenar,

o rugido das ondas era como um trovão

espalhava-se por entre a bruma

e feliz contemplava o mar.

 

         ArtCar (Artur Cardoso)

(Poema de minha autoria),

publicado por Artur Cardoso às 09:16
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Tempo de menino!

 

 

Já parece outono,

a rua orvalhada

e ainda com sono,

dou por mim

a cheirar a terra molhada.

 

Avizinha-se o mês de setembro

e o frio também a chegar,

saudoso, hoje lembro

tempos que me fazem recordar.

 

Lembra-me o tempo de menino

o começar da escola

as Avé Marias ao toque do sino

o jogo do pião e da bola.

 

Quanta saudade tenho

dos meus amigos de outrora

quantos suspiros detenho

por o tempo áureo que foi embora.

 

      ArtCar (Artur Cardoso)

(Poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 09:13
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