Vai longe aquele natal
de profunda saudade, sem amor e sem alegria
tão distante de Portugal
o meu alívio foi uma fotografia.
Mas a noite era entusiástica
com tanto entusiasmo e até demais
sobejamente mágica
e eu, com saudade a pensar nos meus pais.
Senti a falta da minha mãe e do meu pai
nessa noite que tanto me custou a passar
quanta saudade em turbilhão num vem e vai
na minha memória cada vez mais a avivar.
Era jovem, muito jovem e porem
senti profundamente a sua falta,
a alegria da minha mãe
apagou-se como se apaga a principal
luz de ribalta.
Faltava-me o sorriso da minha mãe
e o seu amor diamantino sem fim,
tal melancolia não desejo a ninguém,
a tristeza dela refletia-se em mim.
Estava longe, tão longe e afastado,
do outro lado do mar
reprimido e forçosamente obrigado
a cumprir o serviço militar.
Para mim não havia estrelas no céu
a não ser a estrela do meu pai querido,
do seu perdão que humildemente me deu,
numa noite de natal por ele protegido.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria)
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