Quarta-feira, 20 de Setembro de 2017

É o outono a chegar!

 

 

O frio seco faz-me reparar

na beleza bucólica a adormecer,

é o outono a chegar 

e com ele traz o encanto do

seu permanecer.

 

As noites já começam a ser frias,

os dias lentamente a mingar,

a alegre passarada por tirania

debandou para outro lugar.

 

Desço as escadas para o jardim,

reparo nas folhas a desbotar,

secam os maracujás e o alecrim,

é o outono a chegar.

 

O vento acaricia as macieiras

com as maçãs maduras à feição

e as folhas secas das videiras

caiem inertes no chão.

 

Quanta saudade redundante

neste dia de sol a brilhar a pino,

lembro este tempo semelhante

ao de um dia quando era menino.

  

   (ARTCAR) Artur Cardoso

(poema de minha autoria)

publicado por Artur Cardoso às 22:34
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Sexta-feira, 15 de Setembro de 2017

De mão dada com a lua!

 

 

Ao nascer da madrugada oiço

serenas cantigas,

vozes divinas a cantarem para mim,

a lua com as mais raparigas

cochicham segredos que enfim.

 

Desce do céu sorrateira,

bate à janela do meu quarto,

lua minha leal companheira,

faz-me levantar de um salto.

 

Traz no olhar a cor da prata,

um sorriso lindo desafiador,

de surpresa quase me mata

antes do despertar do alvor.

 

Saio de casa de madrugada,

de mão dada com a lua,

no deslumbramento daquela toada,

choram as pedras da minha rua.

 

       (ARTCAR) Artur Cardoso

(poema de minha autoria).

 

publicado por Artur Cardoso às 20:43
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Transmissor/recetor!

 

 

O bem!

É dignidade, amor, pundonor,

alma limpa e consciência tranquila,

também é amor por uma flor (…),

vida e luz que cintila.

 

O mal!

Atitudes dantescas de irreflexão,

perversidade e perturbação mental,

pérolas preciosas atiradas ao chão,

força de génio impetuoso e irracional.

 

Tal como um transmissor/recetor,

dois lados que existem em todos nós,

o bem é o lado do amor

e o mal, hediondo e atroz.

 

     (ARTCAR) Artur Cardoso

(poema de minha autoria).

 

publicado por Artur Cardoso às 20:39
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Vai daí!

 

 

Procurei por tudo o que era ruas, ruelas

e travessas,

deambulei em meandros nos vai e vem da sorte,

virei este e o outro mundo às avessas

para um dia encontrar a minha consorte.

 

Como eu te conheço tão bem Maria,

como as linhas da palma da minha mão,

se tu soubesses por o que passei um dia,

em busca do teu miraculoso coração.

 

Dormi num velho e desabitado casebre,

numa cama tosca a cair de carunchosa,

receei o pior, tive medo, chorei, fiz febre

e nunca desisti de ti, minha flor formosa.

 

Vai daí,

o destino deu as mais variadíssimas voltas,

trocou-mas na sua desleal caçada,

ainda assim caminhei, bati a todas as portas

mas encontrei-te,

encontrei-te minha amada.

 

       (ARTCAR) Artur Cardoso

(poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 20:37
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Mãe natureza!

 

 

Este meu amor por ela é imenso,

não me julguem por gostar tanto dela,

perdoar-me-ão por o que penso

mas vejo-a todos os dias da minha janela.

 

Não posso deixar de tanto a amar,

nem sequer por um segundo,

dela não me consigo livrar,

amo-a tanto como amo o mundo.

 

Faz parte do meu universo tal como o sol,

a lua, o mar (…),

toda, toda a sua beleza,

amar, amar (…), é gostar

de toda a Mãe Natureza.

 

      (ARTCAR) Artur Cardoso

(poema de minha autoria).

publicado por Artur Cardoso às 20:34
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Por amor!

 

 

Oiço um melancólico cantar

tão triste, triste e tão bonito,

vem dos lados do mar,

das alturas do infinito.

 

Voz de amor, voz de embalar,

tão harmoniosa e angelical,

que me faz sonhar, chorar,

com o seu cantar magistral.

 

Como eu gosto de a ouvir

àquela hora de adormecer,

vem do céu a sorrir

vem até mim a descer.

 

Gotejam lágrimas salgadas

de um amor incondicional,

tantas lágrimas derramadas

desse infinito colossal.

 

Amar incondicionalmente

e ter o prazer de viver,

é amor profundo e constante

de quem não quer morrer.

 

Oiço uma voz bonita e triste,

dos céus, em direção a mim,

se essa voz existe (…),

por amor,

dá-me o teu amor sem fim.

 

     (ARTCAR) Artur Cardoso

(poema de minha autoria).

 

publicado por Artur Cardoso às 20:31
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Minha vida!

 

 

Nunca lhe dei grande importância,

embora bonita, bela, florida,

ainda era eu uma criança

e nunca a imaginei pérfida.

 

As flores são a minha perdição,

amo-as, cheiro-as, aperto-as

contra o peito,

coisas inexplicáveis do coração,

foi e é, será sempre o meu jeito.

 

Mais tarde quando a conheci,

taciturna, rude, mal-humorada,

na realidade foi assim que eu a vi

durante anos a fio em mim agarrada.

 

Via nela o amor que não existia,

nunca reparei na maldade que tinha,

agarrados um ao outro noite e dia,

chamo-lhe simplesmente de minha.

 

Meu amor divino, minha amada,

doce razão de viver,

sem ela não seria nada,

a ela devo o meu ser.

 

É a mais bela de todas,

embora muitos lhe chamem pérfida,

anda, desanda às voltas como rodas

mas é minha, a minha vida.

 

      (ARTCAR) Artur Cardoso

(poema de minha autoria).

 

publicado por Artur Cardoso às 20:24
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