Um pobre velhinho que estava sentado num manhoso banco entre a porta da sua humilde casa, a bengala entre as pernas magras e de mãos trémulas, narrou-me a triste realidade da sua própria vida cheia de trabalho árduo e sem encantos.
De quando em vez, soletrava as palavras com voz trémula e olhar distante.
Não pude deixar de ficar indiferente a tão debilitada história, cheia de dificuldades e de tormentos.
Este meu poema, é dedicado a todas as pessoas velhinhas desamparadas, solitárias e sem recursos financeiros.
Velhinho
Já o coração me bate devagar!...
dentro desta carcaça definhada,
quem andou...não tem para andar,
está próximo o fim da caminhada.
Caminho com lentidão na rua !...
tão devagar...que enfim,
destroçado de alma nua...
o vigor...já não é para mim.
Por mim...passa o tempo a correr !...
como o vento agreste desenfreado,
já sem alegria de viver...
vivo recordações do passado.
Passado da minha infância !...
que nunca...jamais voltará,
já ninguém dá importância...
ao velhinho ao Deus dará.
Tantas mágoas...da vida, já vivida !...
noutros tempos de outrora,
como uma flor esmorecida...
é isso que sou agora.
Nada mais valho !...
dizem-me os mais novos a sorrir,
para trás...ficou uma vida de trabalho...
no bolso...uns cêntimos para gerir.
Já estão a acabar os tormentos !...
o mundo acaba também,
foram cruéis tantos momentos...
desde o ventre de minha mãe.
Poema de minha autoria e publicado em, 28 de Setembro de 2010.-
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