Reza a velha lenda que os animais necrófagos quando rondam por perto dos seres humanos, sobretudo em estado moribundo, é morte pela certa.
Diz-se das aves de mau agoiro, como por exemplo: as corujas, os abutres, os corvos, etc.., são animais que se alimentam geralmente de carne em decomposição.
Antigamente nos meios rurais; e não só, quando estas aves apareciam aos pares a voar em círculos sobre uma casa, ou piando constantemente pela sua passagem, significava que um elemento da família iria morrer.
São velhas histórias contadas pelos nossos antepassados em forma de espíritos, que nos levavam a crer que era única e simplesmente uma realidade.
Talvêz seja verdade. Esse assunto deixo-o para quem sabe e estuda essa matéria.
"A morte do velho professor"
Vai-se o sol ao entardecer
e a noite cai sorrateira
silenciosa e sem o brilho da lua,
uma visão faz-me surpreender
é uma ave passageira
que agoira na minha rua.
É ela a mensageira da morte
de alguém que está a agonizar
diz um velho sábio e astuto,
ou é da velhice ou da má sorte
narra uma lenda popular
ave agoirenta à noite; trás luto.
São aves nocturnas enfadonhas
que batem asas e executam rufos
além dos misteriosos abutres,
anunciam notícias medonhas
mochos, corujas e também bufos
bem como feiticeiros futres.
O dia nasce pela madrugada
ouve-se alguém a comentar
coitado do meu velho amigo,
aquela vós triste e magoada
olhos rasos de água a chorar
diz; morreu sereno e tranquilo.
Era então o velho professor
que dava aulas no liceu
homem honesto e cumpridoiro,
deixa saudades de dor
aquele que esta noite morreu
escolhido pelas aves de mau agoiro.
Piam infelizes lá na igreja
as corujas de mau presságio
a morte ronda por perto,
o feitiço do mal da inveja
que o homem põe como adágio
e Deus dispõe o que está certo.
ArtCar
(Poema de minha autoria escrito em memória do sr. professor)
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