A lua vagueia na mansidão
do céu estrelado,
palpita-me o coração,
a pensar em ti,
triste e desamparado.
Repousa a água mansa e cristalina
a espelhar a sua imagem no lago,
imaculada e diamantina,
sem destino (…), vago.
Céu de estrelas luzentes,
como as luzes da rede pública na rua,
candeeiros a alumiar, fulgentes,
luar de agosto da feiticeira lua.
Cada vez que olho a lua,
imagino-te venturosa ao pé de mim,
com imensa saudade tua,
de amor infinito (…), que enfim.
A lua induz-me à imaginação,
com o propósito de te agradar,
com uma rosa perfumada na mão,
à luz mágica e resplandecente do luar.
Embacia-se o meu olhar erguido,
cada vez que olho a lua
e oiço baixinho um terno gemido,
meu amor (…), sou tua.
Embriago-me no teu carinho,
endoideço no teu olhar,
deambulo no caminho,
onde ficam as marcas do
meu andar.
A caminhar pela noite quente,
de um propício e intenso luar,
a pensar em ti e tu ausente,
com vontade de te agradar.
Cada vez que olho a lua,
por cima da sombria montanha,
morro de saudade tua,
fico numa melancolia tamanha.
Peço aos deuses terrenos,
pela luz cintilante que me alumia,
faço imensos planos,
ao luar de uma noite de poesia.
Cada vez que olho a lua,
fica harmoniosamente diferente,
a iluminar ainda mais a rua,
quando tu estás presente.
Perco-me no teu cadente olhar,
nesta sina que é minha e tua,
na candura do etéreo luar,
cada vez que olho a lua.
(ARTCAR) Artur Cardoso
(Poema de minha autoria).
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