Vida de campo em tempos de outrora
de árdua labuta sempre exposto
o ceifeiro não tinha tempo nem hora
de manhã à noite ao calor de agosto.
Ao nascer o crepúsculo da madrugada
já o ceifeiro andava curvado a ceifar
desde a ceifa até à malhada
só à noite regressava ao lar.
Outros tempos de antigamente
quando o suor ainda valia dinheiro
a jorna era mais que justa e eminente
que honrava o nobre ceifeiro.
Saciava da cântara as securas
entre o trigo maduro e rasteiro
a ceifar escondia as agruras
o honrado e trabalhador ceifeiro.
Debaixo dum tórrido sol infernal
de calças de burel e camisa de malha
o ceifeiro faz parte da história Portugal
com a foice na mão e chapéu de palha.
Lembro-me dum ceifeiro trigueiro
de mãos calejadas e corpo castigado
incansável e dedicado obreiro
de lenço no bolso e rosto suado.
ArtCar (Artur Cardoso)
(Poema de minha autoria).
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